Emerson Teixeira*
Pequim, China – Em um esforço para fortalecer os laços entre Brasil e China no setor agrícola, o empresário castrense e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Paulo Bertolini, participa de uma missão brasileira no país asiático, onde integra a comitiva que discute inovação e biotecnologia para a agricultura sustentável e segurança alimentar. O ponto alto da missão foi o “Workshop China-Brasil – Inovação e Biotecnologia para Agricultura Sustentável e Segurança Alimentar”, realizado nesta terça-feira (12) em Pequim, que reuniu importantes autoridades e entidades dos dois países.
O evento contou com a presença do embaixador brasileiro na China, Marcos Galvão, da senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, e do deputado federal Sérgio Souza. Durante o workshop, especialistas brasileiros e chineses discutiram o impacto da biotecnologia no cultivo de milho, destacando o papel dessas tecnologias para a segurança alimentar e as áreas de cooperação comercial entre os países.
Em seu discurso, Paulo Bertolini enfatizou a importância da biotecnologia como uma ferramenta indispensável para o aumento da produtividade e a sustentabilidade no campo. “Foi por meio da inovação que o Brasil aumentou sua produtividade e reduziu o uso de terras, beneficiando tanto a economia quanto o meio ambiente”, afirmou o presidente da Abramilho. Ele lembrou que, enquanto em 2002 a produção brasileira de milho era de cerca de 41 milhões de toneladas, dez anos depois, com o avanço das tecnologias, o número subiu para 66 milhões de toneladas. “Esse crescimento é uma prova concreta do potencial da biotecnologia no Brasil”, acrescentou.
Bertolini também destacou a posição de destaque do Brasil no cultivo de plantas geneticamente modificadas, com uma área que chega a 56 milhões de hectares, sendo a segunda maior do mundo. “São mais de 56 milhões de hectares, divididos em lavouras de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar, correspondendo a 30,6% da área total cultivada com essa tecnologia. Esse é o futuro da nossa agricultura em meio às questões climáticas e outros desafios”, explicou o líder da Abramilho.
O diretor executivo da Abramilho, Glauber Silveira, reforçou os dados apresentados e frisou que o Brasil é pioneiro na adoção de biotecnologia, especialmente no cultivo do milho. “Essa adesão pelo produtor chega a 97% quando falamos do milho de inverno ou safrinha e 98% para o milho de verão. E são essas práticas que fazem com que o Brasil possa ter duas ou três safras na mesma área de forma sustentável”, disse Silveira.
Silveira também destacou a importância da missão à China para fortalecer o setor. Segundo ele, a Abramilho busca garantir que o produtor brasileiro possa contar com a liberação ágil das tecnologias agrícolas pela China, abrindo espaço para exportações futuras. “Temos recebido sinais positivos e acreditamos que em breve a China se tornará, inclusive, um grande importador do sorgo brasileiro. Também temos boas expectativas em relação ao DDG. Por isso, trabalhos como este são de grande importância para o fortalecimento do setor”, concluiu o diretor da Abramilho.
*Com Assessoria