Pesquisadores percorrem Castro e municípios da região para traçar retrato socioeconômico inédito do Paraná
Levantamento inédito do Ipardes percorre cidades dos Campos Gerais para traçar o perfil socioeconômico das famílias paranaenses.
Emerson Teixeira*
Castro – Com coletes identificados e crachás do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), pesquisadores estão batendo de porta em porta em Castro e em outros municípios dos Campos Gerais nesta semana. Eles fazem parte da equipe que realiza a Pesquisa por Amostra de Domicílios do Paraná (PAD-PR), o maior levantamento já conduzido por um governo estadual no Brasil para entender a realidade socioeconômica da população.
Além de Castro, a ação acontece simultaneamente em Arapoti, Carambeí, Jaguariaíva, Ipiranga, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Sengés, Telêmaco Borba e Tibagi, entre outras 131 cidades visitadas nesta nova etapa. O trabalho de campo já percorreu 139 municípios desde o lançamento da pesquisa, no fim de março, e deve continuar até junho.
Na prática, os pesquisadores entrevistam moradores sobre aspectos essenciais da vida cotidiana: condições de moradia, renda, emprego, escolaridade, hábitos alimentares e muito mais. Em todo o estado, 60 mil domicílios foram selecionados aleatoriamente. Até agora, mais de 21 mil entrevistas foram realizadas.
O diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, destacou que a partir desse trabalho mais detalhado, o Estado terá uma gama maior de informações e indicadores socioeconômicos. “Os resultados serão úteis para que o poder público possa rever as suas políticas públicas a partir das necessidades e potencialidades regionais identificadas na pesquisa, mas também para a iniciativa privada, que poderá investir em novos negócios e empreendimentos alinhados às dinâmicas de cada região”, afirmou.
A abrangência é inédita, a PAD-PR triplica o número de entrevistas feitas anualmente pela tradicional PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, alcançando áreas que, muitas vezes, não entram nos levantamentos federais.
Segurança e sigilo
Os moradores das cidades da região que recebem a visita dos pesquisadores podem confiar na segurança da operação. Os entrevistadores estão sempre identificados e os dados coletados são sigilosos, protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A entrevista leva entre 10 e 15 minutos.
Nos casos em que não há ninguém em casa, os pesquisadores deixam uma correspondência convidando os moradores a agendar a entrevista. Segundo o Ipardes, mais de 7 mil residências já foram visitadas mais de uma vez sem sucesso, o que mostra o esforço para garantir uma amostra completa e confiável.
Dados públicos e acessíveis
Os primeiros resultados da PAD-PR serão divulgados em 2025 em um painel interativo no site do Ipardes, com gráficos, relatórios e comparativos regionais. A iniciativa é financiada pelo Fundo Paraná, gerido pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
Para a população, a PAD-PR é mais do que uma simples pesquisa: é a chance de ser ouvida e de contribuir diretamente para um Paraná mais justo, eficiente e conectado às realidades locais.
*Com AEN