Cleucimara Santiago
Ponta Grossa – Motoristas de aplicativos realizaram nesta quinta-feira (17), protesto contra os altos preços dos combustíveis e a política de repasse de valores pelas plataformas. Eles também reivindicam a redução do ICMS dos combustíveis, segurança, regulamentação, reajuste das tarifas dos aplicativos e reclamam das tarifas ofertadas pelas plataformas ‘99poupa’ e ‘uberpromo’, que torna a concorrência desleal. O movimento aconteceu em todo o Brasil e em Ponta Grossa teve apoio da União Representativa dos Motoristas de App de Ponta Grossa (U.R.MA). Em torno de 50 % dos motoristas aderiram ao movimento, que inclui paralização da zero hora até 23h59 desta quarta-feira (17). Com a diminuição de carros, usuários tiveram dificuldades em achar um veículo próximo e precisaram esperar um pouco mais para serem atendidos.
A pedido e orientação da Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes (AMTT), a concentração aconteceu no Centro de Eventos às 9 horas da manhã. As 10h30 os motoristas saíram em carreata, passando pela avenida General Aldo Bonde, seguiram pela Visconde de Taunay, passaram pela avenida Vicente Machado, e pela General Carlos Cavalcanti foram até a rotatória da UEPG, retornando a câmara de vereadores e prefeitura. Os primeiros carros desceram até a rotatória da Rua Londrina e retornaram sentido rodoviária, permanecendo nas duas vias centrais, para não atrapalhar as vagas de estacionamento e acesso aos bairros.
Profissionais ouvidos pela reportagem do Página Um News, relatam que hoje, principalmente após o último reajuste dos combustíveis, estão praticamente pagando para trabalhar.
Segundo Lauro Lopes, que há 4 anos trabalha como motorista de App e que faz parte do Grupo Driver’s PG, a cidade conta com cerca de 3 mil motoristas e pelo menos 2 mil tem o serviço como única fonte de renda. “É a válvula de escape do pessoal que ficou sem emprego”, disse Lauro. Ele afirma que desde o início do serviço em Ponta Grossa, não houve reajuste dos valores. Mas, elevar os valores podem tornar o serviço inviável para os usuários e não é esse o objetivo, e sim que o governo reduza a taxa do ICMS da gasolina e do etanol, como foi feito com o Diesel.
Marcus Vinicius Costa Pinto, motorista de App, e um dos líderes do Grupo Kamikaze, relata que os valores das tarifas estão congelados há anos e que tudo tem aumentado, menos as taxas recebidas. “Os combustíveis sobem dia-a-dia, um litro de gasolina já está chegando há quase seis reais. A corrida mínima, no aplicativo normal é R$ 6.00, mas a gente faz 3 km para ir buscar o passageiro e depois volta o percurso com o carro vazio, só aí já foi mais de um litro de combustível. E, temos ainda, a manutenção do carro, pneus, seguro, custos de lavacar e de higienização do veículo, e com os preços do combustível, o valor que nos é repassado, não está compensando, mas precisamos trabalhar. E, essa é a nossa luta”, descreve Marcus Vinicius.
Segundo ele, nas plataformas promocionais ’99poupa e Uber promo’, a tarifa mínima chega a R$ 3,50, pelo mesmo serviço, o que torna a concorrência desleal e fica impossível um motorista que trabalhe nessas bases, manter até mesmo a higienização ou a troca de um pneu do carro.
Com o novo decreto da prefeitura de Ponta Grossa em relação a tentativa de conter o avanço da pandemia do Coronavirus, e que passa a valer a zero hora do dia 18, o transporte coletivo não funcionará na cidade e em carros de aplicativo será permitido no máximo dois passageiros por veículo.