Moradores de rua buscam abrigo em passarela na PR-151, gerando preocupação entre trabalhadores locais
Emerson Teixeira
Carambeí – Uma cena que se repete diariamente tem gerado insegurança para trabalhadores que transitam pela passarela sobre a rodovia PR-151, próxima à Rua das Águas Marinhas, no centro de Carambeí. Sob a estrutura da passarela, pessoas em situação de rua encontraram um abrigo improvisado, o que tem preocupado, especialmente, as mulheres que utilizam a passagem para se deslocar até indústrias, empresas e estabelecimentos comerciais do outro lado da rodovia.
Durante o dia, é possível observar um grupo de pessoas em situação de rua dividindo-se entre a sombra de uma árvore, sentados na beira da calçada ou aproveitando o sol. Sob a rampa da passarela, o grupo mantém um amontoado de pedaços de espuma e papelão, usados para dormir à noite. Além disso, há um acúmulo de lixo no local.
Procurada pela reportagem, a Concessionária EPR Litoral Pioneiro, responsável pela administração da rodovia e pela passarela, afirmou que, embora tenha o domínio da edificação, entrará em contato com a prefeitura da cidade para tratar do problema. “A concessionária tomou conhecimento da situação e fará contato com o município para que sejam tomadas providências no atendimento a esta população”, declarou em nota.
Em resposta, a secretária municipal de Assistência Social, Johanna Regina de Macedo Nogueira, explicou que a secretaria, através do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), realiza abordagens sociais periódicas aos moradores de rua. “São referenciados e oferecido o benefício eventual das passagens intermunicipais, benefício previsto e regulamentado pelo Conselho Municipal da Assistência Social por meio da Resolução nº 18/2022. No tocante ao trabalho desenvolvido frente a essa demanda, o município de Carambeí, como é caracterizado de pequeno porte II, depende da rede de apoio das grandes cidades”, detalhou.
Johanna esclareceu que a abordagem visa garantir os direitos dos moradores de rua, sem cercear sua liberdade, conforme os princípios da Política de Assistência Social. “Observa-se o desejo da maior parte deles em permanecer no município, mesmo aceitando a passagem e oferecido o suporte que os municípios vizinhos possuem. A demanda da população de rua é complexa, pois se trata do direito de ir e vir, principalmente. As condições de acolhimento e de solidariedade da população contribuem para a permanência deles na cidade”, finalizou.


