Em Piraí do Sul, irmãs morrem de Covid-19 no mesmo dia
Cleucimara Santiago
Piraí do Sul – As irmãs Valdirene de Souza Oliveira, de 44 anos, e Marlene de Souza Oliveira, de 46 anos, moradoras de Piraí do Sul, morreram vítimas de Covid-19 na segunda-feira (8), em intervalo de poucas horas entre uma e outra. Elas estavam internadas em hospitais e cidades diferentes desde o mês de janeiro.
Valdirene
De uma família muito unida de seis irmãos, embora com vários problemas de saúde, Valdirene de Souza Oliveira, de 44 anos, estava feliz com o nascimento do neto na metade do ano de 2020, quando foi acometida pelo vírus. Ela teve a doença confirmada no dia 21 de janeiro, dez dias após os primeiros sintomas, o teste RT/PCR foi realizado dia 18 de janeiro. Portadora de várias comorbidades, entre elas diabetes e hipertensão, resultado positivo de Covid e com agravamento dos sintomas, ela deu entrada no Hospital Municipal Santo Antônio, de Piraí do Sul, sendo transferida no mesmo dia para UTI de Telêmaco Borba. O quadro de saúde piorou e infelizmente ela não resistiu as complicações da doença e veio a óbito nas primeiras horas da manhã dessa segunda-feira (8). Ela deixou além do neto, os dois filhos, Bruno Nicolau, 22 anos e Mauren Bichinski, de 29 anos.
Marlene
Na tarde do mesmo dia, a irmã mais velha de Valdirene, Marlene de Souza Oliveira, de 46 anos, não resistiu e faleceu também vítima do novo Coronavirus.
Marlene era casada há quase 27 anos com Edson Iaschvistisk e mãe de duas jovens, Gabriele e Eduarda. Hipertensa e com problemas cardíacos, em estado grave, ela deu entrada no Hospital Santo Antônio em Pirai do Sul, apenas dois dias após o internamento da irmã. Transferida imediatamente para Laranjeiras do Sul, a existência do Coronavírus foi confirmada através de exame e na segunda-feira (8) ela não resistiu e veio a óbito.
A morte das duas irmãs, no mesmo dia, causou comoção na cidade de 25 mil habitantes, manifestações de pesar e carinho aos familiares foram postadas em redes sociais.
Jusley Sabino, da família com quem Valdirene trabalhou por muitos anos, declarou a reportagem do Página Um News, que “Valdirene entrou trabalhar em nossa casa e aqui conviveu por 19 anos. Cuidou da minha mãe, como se fosse a sua. Cuidou dos meus filhos e sobrinhos, como se fossem seus filhos. Caprichosa, responsável, cozinheira de mão cheia. Nunca negou um favor”. Valdirene sempre dizia, segundo Jusley, que “aqui não sou empregada, sou da família”.
Infelizmente ela e a Marlene, herdaram da mãe minúsculos nódulos nos rins e ovários. Eram inoperáveis, por serem muitos. Isso, com o passar dos anos, transformou-se em trombose numa das pernas e obrigou a deixá-la. Sua partida foi dolorosa e com muito choro. Nunca mais voltou, sempre lutando com a saúde. Era muito reservada, não gostava de sair, cuidava da sua casa e do seu filho, quando saía era para visitar seu pai. A maior felicidade dela foi o nascimento do Heitor, seu neto.
A igreja que as duas participavam, publicou a seguinte nota: “Nós da Igreja O Brasil Para Cristo de Piraí do Sul, estamos de luto no dia de hoje. Pela perda de duas guerreiras do Senhor, irmã Marlene e irmã Valdirene, mesmo sabendo que no céu nesse momento à festa; nosso coração sente a partida das duas. Que Deus abençoe e fortaleça os familiares, amigos e toda a Igreja nesse momento de despedida”.
Marilene, irmã das vítimas, publicou: “Combateu o bom combate, completou a carreira, e guardou a fé. Não dá pra acreditar, mas vocês agora estão nos braços do Pai. Amarei vocês eternamente, minhas irmãs queridas”.
Tiago, o irmão caçula, disse ao Página Um News, que estava muito abalado com a perda das irmãs e sem condições emocionais.
Coronavírus em Pirai do Sul
Segundo, o último boletim informativo de Piraí do Sul, divulgado na tarde de segunda-feira (8), a cidade registra 1.130 casos confirmados de covid-19, sendo 993 recuperados, 106 pessoas em isolamento domiciliar, 96 casos novos, 6 internadas em UTI, 3 internadas em enfermaria e som 22 óbitos.
Assintomáticos
Desde que começou a pior pandemia dos últimos tempos, pessoas do mesmo núcleo familiar tem sido atingida e muitas vidas ceifadas. Isso se dá ao fato, principalmente, de pequenas reuniões familiares, onde podem haver pessoas assintomáticas que desconhecem serem portadoras da doença e acabam descuidando dos cuidados básicos, como distanciamento e uso de máscaras. De acordo com pesquisas, pessoas assintomáticas são responsáveis por dois terços das infecções.
