Em Castro há baixa procura de vacina contra Covid para crianças

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Luana Dias

Mesmo sendo a vacina contra a Covid-19 um dos recursos que a humanidade mais esperou ao longo do último ano, atualmente, quando ela está disponível e de forma gratuita, em diversas unidades de saúde, muitos pais e mães simplesmente não levam seus filhos para serem vacinados, ou, não retornam para aplicação da segunda e terceira doses, deixando o esquema vacinal incompleto.

Essa é a realidade em muitos postos de saúde de Castro, onde há sala de vacinação. Enquanto havia exigência de agendamento, muitas vagas acabavam desperdiçadas porque o responsável pela criança fazia o agendamento, mas não aparecia com o filho no dia e horário agendados. Porém, mesmo sem esse requisito a ser cumprido, muitas crianças estão ficando com o esquema vacinal pela metade.

A realidade é registrada tanto na área urbana, como área rural do município. Por exemplo, de acordo com a auxiliar de enfermagem, Elisabete Hornes Da Silva, que trabalha na Unidade Básica de Saúde do Abapã, apesar de os profissionais de saúde e agentes comunitários de saúde (ACS) orientarem constantemente sobre a importância da vacinação, há resistência por parte de algumas famílias, que não comparecem com suas crianças para a aplicação, sobretudo, da segunda dose. Segundo a profissional, há também alguns casos de crianças que não foram levadas na unidade nem para receber a primeira dose. “Todos os profissionais e ACS orientam sobre a importância das vacinas, mas muitos pais comentam que não vão levar os filhos”, destaca.

Elisabete explica que algumas dificuldades, comuns na rotina de moradores do interior, como estradas de difícil acesso, também contribuem com a ausência de algumas vacinas na carteira das crianças, mas também ocorre de muitos pais realmente não terem interesse de vacinarem seus filhos. “Segunda dose tem bastante em atraso, às vezes por causa de muita chuva, a maioria só tem moto para transporte, mas tem alguns que não querem levar mesmo”, ressalta.
Uma agente comunitária ouvida pela reportagem e que também trabalha no interior do munícipio relatou que situação semelhante é registrada nas unidades de saúde das comunidades Cercado, Butiazal e São Luiz dos Machados. Segundo a ACS, algumas crianças que vivem nessas regiões ainda não receberam nem a primeira dose da vacina, que está disponível há meses. Também são registradas ausências de adultos, que ainda não completaram o esquema vacinal. E, na área urbana de Castro, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, ocorre o mesmo.

A oportunidade desperdiçada por muitos pais e mães é questionada por quem faz questão de levar os filhos para receberam todas as doses da vacina, afinal, como bem lembra a mãe Raquel Cristina dos Santos, milhões de pessoas perderam a vida ao longo da pandemia, enquanto aguardavam a chegada da vacina. “Quanta gente morreu, nós passamos por isso, esperando por um milagre, pela chegada das vacinas, e não tínhamos, agora que temos em praticamente qualquer posto de saúde, as pessoas não estão indo se vacinar e não estão levando seus filhos, isso é um absurdo, é até uma falta de consideração com aqueles que partiram esperando a vacina”, destacou ela.

Baixa procura ocasiona desperdício

Em geral, as doses que permanecem nos frascos de vacina após abertos, só podem ser usados um período que varia de seis a 48 horas, a depender do laboratório. Isso significa que quando abre um frasco para aplicação de uma dose, o profissional de saúde só poderá usar o restante da vacina dentro de algumas horas, se não houver procura nesse período, o frasco precisa ser descartado, o que gera prejuízos e pode comprometer o processo de imunização de outras pessoas.

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