ACIPG repudia mais uma morte na BR-376 e cobra urgência nas providências
Entidade empresarial de Ponta Grossa reforça alerta sobre riscos no trecho e cobra ações imediatas de autoridades
Da Redação
Ponta Grossa – A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) emitiu nota oficial nesta semana manifestando veemente repúdio à nova tragédia registrada na BR-376. O acidente fatal ocorrido na segunda-feira (28) reforça, segundo a entidade, a urgência de medidas concretas para conter a escalada de mortes e lesões no trecho que corta o município.
A nota, assinada pela presidente Giorgia Bin Bochenek, destaca o sentimento de indignação da diretoria e dos mais de 2,2 mil associados diante da repetição de ocorrências graves, que segundo a entidade “poderiam ser evitadas com ações adequadas de fiscalização e engenharia viária”.
“Lamentamos profundamente a perda de mais uma vida e nos solidarizamos com a dor da família e dos amigos da vítima. Mas não aceitaremos o silêncio diante da inércia. Seguiremos cobrando as autoridades responsáveis para que saiam da zona de conforto e tomem providências efetivas”, afirmou Giorgia.
Dados
Levantamento recente feito pela diretoria de Transportes da ACIPG, coordenada por Ricardo Schechtel, expõe números preocupantes: somente em 2024, já foram registrados 36 acidentes na Avenida Presidente Kennedy (sentido Curitiba), sendo 20 deles atribuídos à ausência ou ineficiência de reação dos condutores e velocidade incompatível, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Além disso, entre janeiro e setembro de 2024, foram identificadas 2.179 infrações por excesso de velocidade no km 491 da BR-376, sentido Curitiba. Desse total, 247 infrações foram cometidas por caminhões — e pelo menos 20 motoristas foram flagrados a mais de 50% acima do limite permitido.
Esses dados motivaram a ACIPG a solicitar formalmente a revisão da eficácia do radar instalado no trecho. A entidade quer que o equipamento não seja apenas um instrumento de autuação, mas uma ferramenta eficiente de prevenção de acidentes.
Histórico
A ACIPG afirma que há anos vem alertando sobre os riscos recorrentes na rodovia, principalmente no trecho que dá acesso a Ponta Grossa. O assunto foi tratado em reuniões com o Governo do Estado, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e concessionárias.
O diretor de Agronegócios da entidade, Edilson Gorte, também levantou questionamentos sobre o papel do radar em áreas de declive, onde muitos motoristas são surpreendidos e submetidos a frenagens bruscas que potencializam colisões.
Quatro medidas exigidas com urgência
A ACIPG elenca quatro exigências imediatas às autoridades competentes:
- Revisão urgente do sistema de fiscalização eletrônica, com laudo técnico independente;
- Melhoria na sinalização e na engenharia do tráfego no trecho crítico;
- Ampliação da fiscalização presencial pela PRF e concessionárias, além de ações educativas permanentes;
- Resposta formal e pública dos órgãos responsáveis (DNIT, DER, PRF e concessionária Via Araucária) com o plano de ação a ser adotado.
A associação encerra sua nota com o compromisso de manter a mobilização em torno da pauta, fiscalizando os desdobramentos e buscando soluções que garantam a integridade de motoristas, passageiros e pedestres que trafegam pela BR-376.