Professores usam ferramentas digitais para aulas de música

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Maestros e professores que regem grupos musicais em escolas estaduais precisaram, a partir de abril, encontrar maneiras criativas para comandar os ensaios, via internet. As atividades que contavam, essencialmente, com a interação entre musicistas passaram a ser realizadas com o auxílio de plataformas digitais, como programas de videoconferências, softwares destinados a quem trabalha com música e sites agregadores de conteúdo.

Um exemplo dessa adaptação é o da Banda Sinfônica Bento Mossurunga, do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba. Os alunos se preparavam, no início do ano, para montar o espetáculo musical “Os Saltimbancos”, que seria apresentado no Teatro Guaíra. Agora, os alunos do elenco da peça, da banda, do coral e da turma de iniciação musical se encontram em Meets para falar sobre o contexto da obra e trocar informações sobre o compositor das músicas, a maquiagem, o figurino e outros elementos cênicos. Além disso, eles gravam vídeos em casa, tocando instrumentos individualmente, e enviam ao professor.

“Dessa forma, é possível fazer um diagnóstico mais detalhado das necessidades de cada aluno. Identifico, por exemplo, como está a compreensão de ritmo e de melodia deles. Quando voltarmos às aulas presenciais, vamos poder resolver essas questões técnicas”, diz Alessandro Gomes, professor e maestro da Banda Sinfônica Bento Mossurunga. “Isso nos ajudou a repensar a prática. Vamos agregar esses recursos dentro do trabalho que já realizávamos.”

Alessandro usa um software de edição de partituras e outro de edição de áudio, que é empregado para unir os materiais de todos os estudantes e transformá-los em um único produto. O resultado pode ser conferido no canal de YouTube da banda, que conta com vídeos do projeto Saltimbancos em Casa (com canções do musical) e, também, do Banda do CEP em Casa, com um repertório alternativo.

ORQUESTRA DE SOPROS ONLINE — Assim como os alunos do CEP, os integrantes da Banda Musical do Caximba, formada por alunos do Colégio Estadual Maria Gai Grendel, também em Curitiba, participam de Meets para trocar informações e referências musicais.

O professor Vitor Rodrigues, que rege a orquestra de sopros, tem um grupo de WhatsApp para cada conjunto instrumental: clarinetes, saxofones, metais e percussão. Ele envia, em cada um, lições, partituras e áudios-base das músicas que serão gravadas. Os estudantes, então, escutam a base no fone de ouvido e gravam sua parte sozinhos.

 “Depois, eu, na minha casa, que já virou um estúdio, faço a edição de som e de vídeo, colocando os músicos em janelinhas”, conta Vitor, que também faz o upload do material em seu canal de YouTube. “É perceptível a evolução deles ao longo dessas aulas virtuais. Eles estão mais preocupados com enquadramento, iluminação, captação de som. Nunca mais recebi um vídeo com cachorros latindo no fundo”, brinca.

PORTAL PARA CRIANÇAS — Uma opção para professores do Ensino Fundamental I e pais que querem estudar música com crianças de até 12 anos é a plataforma OSP para Crianças, desenvolvida pela equipe de comunicação da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) e promovida por uma parceria entre Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Centro Cultural Teatro Guaíra e PalcoParaná.  

O portal conta com jogos digitais, vídeos de educação musical, áudios acompanhados de textos, além de materiais de instrução para adultos que desejam incluir a música na rotina das crianças. O site é alimentado semanalmente.

“A música auxilia na concentração, memorização, raciocínio lógico, aprimora a linguagem oral, ajuda no desempenho escolar, contribui para o desenvolvimento motor, desenvolve a socialização, promove a disciplina e estimula a criatividade”, diz Simone Savystzky, violinista da OSP que prestou apoio técnico no desenvolvimento da plataforma. “Nunca é cedo ou tarde demais para entrar no universo da música. Quanto antes melhor”, avalia.

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