Complexo do Trabalhador vacina 92% dos profissionais da linha de frente

Complexo do Trabalhador vacina 92% dos profissionais da linha de frente

Agência Estadual de Notícias

Um dos mais importantes pontos de atendimento a pessoas contaminadas pela Covid-19 no Paraná, o Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT) já imunizou 600 profissionais da linha de frente do combate à doença até a quarta-feira (27). O processo que começou no domingo (24) terá sequência nesta quinta-feira (28) com a vacinação dos 50 trabalhadores restantes. O número representa 92% do quadro de colaboradores envolvido com os casos de coronavírus.

O complexo conta com três unidades de referência para atendimento da pandemia: Hospital do Trabalhador, Hospital de Infectologia e Retaguarda Clínica Oswaldo Cruz e Hospital de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, todos em Curitiba. Juntos eles somam 78 leitos de terapia intensiva (UTIs) e 65 de enfermaria voltados exclusivamente para a Covid.

Os profissionais foram imunizados com as doses desenvolvidas pela Universidade de Oxford e pelo Laboratório AstraZeneca, e que no Brasil estão sob responsabilidade da Fiocruz.

Com a distribuição de novas doses, ainda sem data definida, o CHT pretende estender a campanha para outros trabalhadores que não estão diretamente ligados ao tratamento do coronavírus, repetindo a estratégia de aplicação dentro do próprio complexo.

“São hospitais do Estado que juntos formam a maior unidade do Paraná de atendimento à Covid, cuidados dos casos mais graves da doença. Começar a imunização pelo Complexo do Trabalhador, com os nossos profissionais, é um reconhecimento muito grande. Nossos colaboradores ficaram extremamente satisfeitos”, ressalta Geci Labres de Souza Júnior, diretor-geral do CHT,

Uma das mais ansiosas para garantir a proteção era a fisioterapeuta Melissa Dechamp da Silva, de 32 anos. Ela atua desde março como um dos pontos de apoio na UTI do Hospital de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier. Por iniciativa do Governo do Estado, a unidade se transformou em um centro exclusivo para atendimento da Covid.

A fisioterapeuta conta que a profissão lhe obrigou a viver intensamente a pandemia. Dias e dias, por mais de dez meses na luta para fazer com que os contaminados voltem a respirar melhor. Instantes de alegria com a reabilitação de um doente e de agonia quando a morte é inevitável.

“Vivenciei tanta coisa na UTI que agora a esperança é grande. Acolhemos os pacientes como se fossem da nossa família mesmo. Porque, além de estar doente, eles também perderam a convivência dos familiares. Só contavam conosco ali. Isso mexeu muito comigo”, diz.

Família que ela também tratou de proteger. Por causa do vírus, deixou de fazer o trajeto constante entre Curitiba e Telêmaco Borba para visitar a mãe e a avó. “Fiquei afastada, isolada mesmo, muito sozinha. Não ia arriscar a vida da minha família, correr o risco de estar contaminada e contaminar alguém”.

O vírus, porém, não poupou a fisioterapeuta. Ela conta que pegou a Covid após uma rápida passagem de férias pela Bahia em dezembro. Isolamento, cuidados e poucos sintomas até retomar à rotina na UTI. “Espero que essa proteção chegue logo a toda a população”.

OSWALDO CRUZ

A enfermeira Josefa Maria da Conceição, 33 anos, da ala de tratamento do coronavírus do Hospital Oswaldo Cruz, também na Capital, foi outra que suspirou de alívio após a aplicação da vacina. Ela elogiou a opção do Governo do Estado em priorizar os profissionais da linha de frente, seguindo a linha do Plano Nacional de Imunização (PNI), do Governo Federal.

“É mais segurança para nós trabalhadores, menor o risco de transmitir para as pessoas que convivem comigo, ainda mais com outras cepas do vírus surgindo”, afirma. “Por isso é muito justo sermos vacinados logo agora. Precisamos estar saudáveis para prestar assistência a quem precisa”.

DRIVE-THRU

O Complexo do Trabalhador serviu também de ponto de apoio para os estagiários de enfermagem contratados temporariamente para atuar nos locais de testagem PCR organizados pela Secretaria da Saúde. Na quarta-feira (27), cerca de 20 estudantes foram imunizados no Hospital de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier.

“Estávamos todos ansiosos pela vacina. Trabalhamos diretamente na testagem das pessoas e precisávamos deste suporte. É uma esperança e uma proteção”, destaca Elizabeth Aparecida Guedes, de 23 anos, que há dois meses trabalha no drive do Jardim Botânico, em Curitiba, ao lado do Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar).

VACINAÇÃO

De acordo com a Secretaria da Saúde, as 399 prefeituras do Paraná vacinaram 99.973 pessoas contra a Covid-19 até as 11 horas desta quarta-feira (27), o que representa 45,5% das 219.271 doses distribuídas pelo Governo do Estado até o momento. Os imunizantes foram aplicados em profissionais de saúde, pessoas em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), pessoas com deficiência severa e indígenas.

Redação Página 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: O conteúdo é de exclusividade do Página 1 News.
× Fale com o P1 News!