Cidade é atraente em todos os setores

Hoje o município soma um comércio e um setor de serviços robustos, um parque industrial em expansão e um agronegócio moderno e intensificado

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NEY HERMANN

Carambeí chegou aos 30 anos de emancipação com um perfil econômico radicalmente diferente do que tinha em 1995. Se no início a economia local era fortemente centrada na cooperativa e na agropecuária de leite, hoje o município soma um comércio e um setor de serviços robustos, um parque industrial em expansão e um agronegócio moderno e intensificado. Combinação que elevou o PIB do município e mudou a geografia da arrecadação local.

Comércio e serviços
Nas últimas três décadas o comércio e os serviços cresceram em participação e sofisticação. Enquanto em 1997 o comércio local ainda era tímido e dependente da renda gerada pela cooperativa, as administrações públicas e as entidades empresariais promoveram capacitação, rodadas de negócios e campanhas sazonais que deram escala ao varejo e ao setor de serviços. Segundo o IBGE e levantamentos municipais, a área de serviços responde hoje por uma parcela expressiva da economia (cerca de 32 a 33% do PIB municipal nas séries recentes), refletindo a expansão do comércio, do transporte, e da logística ligada ao agro e serviços profissionais que atendem a cadeia produtiva. Esses avanços também aparecem nas séries do PIB municipal: crescimento forte entre 2002 e 2021, com serviços ampliando a fatia de participação no PIB.

O protagonismo da Associação Comercial e Empresarial de Carambeí (ACEC) foi considerado fator preponderante nestes últimos anos, impulsionando ações para o comércio, como palestras, cursos e estímulos aos negócios dentro do município. Ferramentas que ajudaram a formalizar micro e pequenas empresas, aumentando a arrecadação oriunda do ISS e de outros tributos municipais.

O presidente da ACEC, Márcio Scheffer, alerta porém que “os investimentos em infraestrutura não podem parar. Devemos insistir, por exemplo, na pavimentação das estradas rurais, o que vai facilitar o escoamento da produção. Penso ainda que precisamos criar uma estrada alternativa para caminhões, com o objetivo de desafogar o tráfego na Avenida dos Pioneiros. Como empresários, queremos somar esforços com o poder público para continuar gerando empregos e renda. Os primeiros 30 anos de Carambéi foram fantásticos. No entanto, acredito que futuro será ainda melhor!”.

Setor industrial
O parque industrial de Carambeí deixou de ser modesto. A cidade passou a atrair investimentos relevantes. Empresas de capital nacional e internacional, como a JBS, a Lactalis (que adquiriram as estruturas criadas pela antiga Cooperativa Central) e a BRF aumentaram as receitas locais. Mais recentemente a instalação da fábrica de vidros da Ambev (investimento de R$ 870 milhões) deu ao município um marco de industrialização, gerando 170 empregos diretos e 2000 indiretos, graças ao efeito multiplicador gerado pelos fornecedores. As plantas industriais que se instalaram e as aquisições de unidades locais por grupos maiores aumentaram a arrecadação e explicam o ganho de peso relativo da indústria no PIB municipal entre 2002 e 2021.

O secretário municipal de Indústria e Comércio, Pedro Meyer, entende que num futuro proximo deve acontecer um salto industrial, quando os impostos arrecadados com as novas fábricas entrarem de fato nos cofres da Prefeitura. “Em 1995 Carambeí representava 40% da arrecadação de Castro. Hoje, quando olhamos para o faturamento dos dois municípios, vemos que esse número subiu para 50%. Ou seja, em apenas 30 anos Carambeí teve um crescimento real de 10%. Isso é muita coisa. E nos próximos cinco anos esse número vai crescer mais 10%, graças as novas indústrias”, relata o secretário.

Os investimentos em infraestrutura não podem parar!

Márcio Scheffer, presidente da ACEC

 

Cooperativa
A Frísia Cooperativa Agroindustrial, com 100 anos de história, continua sendo a força que moldou a identidade econômica e social de Carambeí. Fundada em 1925, durante décadas a Frísia não só organizou a produção de leite, mas prestou serviços de infraestrutura (eletricidade, telefonia, abertura e manutenção de estradas), bem como assistência social. Um papel que deveria ter sido desempenhado pela Prefeitura de Castro. Infelizmente isso não acontecia. Nas palavras do presidente da Cooperativa, Geraldo Slob, a Frísia foi central para transformar o solo de Carambeí (que hoje é muito fértil) e estruturar a cadeia do leite, gerando empregos diretos (cerca de 1.200) bem como indiretos (aproximadamente 5 mil), além de possuir um faturamento expressivo (estimado em R$ 20 milhões por dia). Geraldo diz que “hoje a Frísia tem cerca de 1.000 cooperados e investe fortemente em novas tecnologias. Um valor que oscila entre 30 e 40 milhões de reais por ano. Também buscamos incessantemente uma profunda sinergia com as outras cooperativas da região, como Castrolanda e Capal, pois isso fortalece as cadeias produtivas. Estamos focados em melhorar nosso desempenho constantemente”.

Segundo relatos históricos, em 1997, quando Carambeí de fato começou a existir como município, a Cooperativa (que na época se chamava Batavo) respondia por 85% da base tributária da cidade. Atualmente, em 2025, Geraldo Slob aponta que esse peso caiu para 40%. A redução percentual não significa enfraquecimento, mas sim diversificação da economia municipal, com novas indústrias, comércio e serviços.

Agronegócio
Dados coletados pelo presidente do Sindicato Rural, Ricardo Wolter, analisando as séries históricas do IBGE, confirmam que o agronegócio é o setor que mais cresceu em Carambeí nas últimas décadas. Entre 1997 e 2024 registraram-se movimentos importantes. O rebanho bovino teve aumento de 113%. Mas houve queda nos plantéis de suínos e frangos (–28% cada). Já a área plantada dos cooperados se manteve estável, com uma leve redução de 1%. Porém, ao mesmo tempo, os produtores rurais anotaram um aumento no valor da produção real de aproximadamente 37%. O valor nominal, claro, foi muito maior devido à inflação. No agregado do PIB municipal, a agropecuária teve crescimento de 723% no período de 2002 a 2021, o maior salto entre os setores, segundo relatórios citados pelo Sindicato Rural e pelos levantamentos do IBGE. “Esses números confirmam a intensa tecnificação e agregação de valor no campo, especialmente na cadeia do leite, que colocou Carambeí entre os maiores produtores nacionais”, disse Volter. “Temos plena convicção que vamos continuar crescendo, fortalecendo a economia da nossa cidade todos os dias”, complementa o presidente do Sindicato Rural.

Números confirmam a intensa tecnificação e agregação de valor no campo, especialmente na cadeia do leite

Ricardo Wolter, presidente  do Sindicato Rural

Hoje o PIB de Carambeí passa de 1 bilhão e 600 milhões de reais. Pelo que tudo indica, um número que vai continuar crescendo.

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