Agência Estadual de Notícias
O Noroeste é a região do Paraná que mais produz laranjas. De lá, saem 50% de toda a produção do Estado e, em consequência, essa porção do território paranaense concentra muitas empresas produtoras do suco conhecido pelos benefícios da vitamina C. Dando continuidade à série de reportagens que mostra produtos feitos no Paraná, vamos conhecer um pouco mais sobre os fabricantes desse suco que agrada em todas as refeições.
A laranja é a fruta mais produzida no Paraná e em todo o Brasil. Os pomares ocupam a maior área dedicada à fruticultura no Estado e também detêm o maior Valor Bruto de Produção (VBP).
De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, a produção é capitaneada pelo município de Paranavaí. Depois do Noroeste, as regiões de Maringá, Cornélio Procópio e Umuarama, respectivamente, são as que concentram a maior quantidade de produtores da fruta.
A laranja está presente, de forma comercial, em 286 dos 399 municípios paranaenses. Atualmente, são aproximadamente 21 mil hectares cultivados, dos quais saem anualmente 700 mil toneladas e um rendimento de R$ 401 milhões.
São cerca de dez empresas fabricantes de suco integral de laranja na região, de Paranavaí, que empregam diretamente 7 mil pessoas. E fica no município a líder do País. Criada em 2012, a Prats foi pensada para socorrer os negócios da família Pratinha, que entre os anos de 2006 e 2011 viu seus rendimentos diluírem com a crise no setor de citrus no Brasil e no Exterior.
“Fazíamos suco concentrado para exportação e com a baixa do dólar nosso negócio ficou desvalorizado. Foi assim que surgiu a empresa para produzir suco para o mercado interno e, assim, viabilizar a parte econômica dos nossos pomares”, conta o diretor da empresa, José Gilberto Pratinha.
O que era uma saída para salvar o empreendimento cresceu e hoje é a empresa que tem o maior faturamento do grupo, além figurar no primeiro lugar do ranking no mercado no Brasil. A Prats detém cerca de 35% do share nacional do segmento e tem seu produto espalhado por quase todo o País. “Ainda não estamos presentes nas regiões do Norte e do Nordeste do Brasil, mas até o final do ano que vem nossa meta é atingir o País todo”.
Considerando as três fábricas do grupo – uma de amido, uma de suco concentrado e a de suco de laranja integral – a Prats emprega diretamente 1,6 mil pessoas. Ela figura entre as cinco empresas que mais faturam no município de Paranavaí e ocupa o posto de segunda maior empregadora da cidade.
EVOLUÇÃO – Quando o avô de Albino Ferracini Neto se mudou para Paranavaí, no início dos anos de 1950, viu na pouca oferta de empresas produtoras de bebidas na região uma chance de bons negócios. Resolveu, então, deixar de lado o ramo da serraria, e com ajuda de alguns amigos paulistas que já trabalhavam produzindo bebidas no estado vizinho fundou a Bebidas Garoto.
“Naquele tempo a produção era exclusiva de refrigerantes. Mas nossa empresa foi acompanhando a evolução do mercado e diversificando seus produtos. Hoje, além dos refrigerantes, produzimos águas, energéticos e sucos”, explica o diretor da empresa.
O olhar para o futuro foi certeiro. Há cerca de cinco anos a Garoto entrou no mercado de sucos naturais e tem visto os negócios prosperarem. Hoje, o suco Viva Feliz é encontrado nas gôndolas de todo o Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste do Brasil.
São 22 funcionários trabalhando na fábrica. De acordo com Ferracini Neto, o segmento, que faz a economia girar, é muito importante para a região. “A cadeia da laranja é muito importante na economia brasileira. São gerados muitos empregos e renda, desde a produção de mudas, depois na propriedade rural, onde tem muita mão de obra envolvida, além do mercado de máquinas, oficinas, insumos, transporte”, afirma.
FEITO NO PARANÁ – Criado pelo Governo do Estado, e elaborado pela Secretaria do Planejamento e Projetos Estruturantes, o projeto busca dar mais visibilidade para a produção estadual. O objetivo é estimular a valorização e a compra de mercadorias paranaenses, movimentar a economia e promover a geração de emprego e renda.