Estado apresenta novos programas para modernizar a agropecuária na ExpoIngá 2025
Uma das novidades é o programa de conservação de solos. Ele alia combate à erosão e aumento de fertilidade e tem como um de seus braços a possibilidade de os municípios adquirirem máquinas e equipamentos agrícolas para fazer a conservação dos solos locais.
AEN
Maringá – Os investimentos que estão sendo realizados no setor agropecuário do Paraná foram apresentados a cerca de 700 participantes do 6° Fórum Brasileiro de ILPF (Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta), realizado nesta quinta-feira (15), durante a ExpoIngá. O evento foi organizado pela Cooperativa Cocamar, com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, IDR-Paraná e Sociedade Rural de Maringá.
No encontro, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, citou um aporte do Governo do Paraná de cerca de R$ 5 bilhões em programas e projetos para modernizar o campo paranaense e também para implantar um grande programa de conservação de solos e água, de combate à erosão e de aumento de fertilidade da terra. “É o maior programa do Brasil no setor”, afirmou.
O programa de conservação de solos e água, de combate à erosão e de aumento de fertilidade tem como um de seus braços a possibilidade de os municípios adquirirem máquinas e equipamentos agrícolas para fazer a conservação dos solos locais. Para que o trabalho seja bem realizado, o Estado vai investir na capacitação de 3 mil pessoas. Elas receberão diplomas e uniformes. “Vão operar as máquinas para serem nossos patrulheiros da sustentabilidade”, declarou Nunes.
O mesmo programa engloba a pavimentação de estradas rurais, seguindo todas as orientações para que elas façam parte do sistema de conservação de solos e água. O Estado também estuda o lançamento de um projeto para se ter produção cada vez mais sustentável. De acordo com o secretário, o programa será desenvolvido em parceria com os municípios, que identificarão as vocações agropecuárias, com o Estado investindo recursos a fundo perdido para aquisição de mudas e insumos.
Ele ainda destacou no encontro, que reuniu prefeitos, secretários municipais, deputados estaduais, produtores e lideranças do setor, a força do agro paranaense. “Essa união é muito forte”, afirmou. “O Paraná vai apoiar cada vez mais o agro para impulsionar a expansão do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta”.
A ILPF é uma estratégia que combina, em uma mesma área, os sistemas produtivos agrícola, pecuário e florestal. Essa integração otimiza o uso da terra, eleva a produtividade, diversifica a produção e gera produtos de maior qualidade. A iniciativa busca enfrentar a baixa produtividade da agropecuária com soluções mais sustentáveis e resistentes às mudanças climáticas.
O presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, salientou a importância do Sistema ILPF para a evolução da produção de soja e, particularmente, da pecuária na região do Arenito Caiuá. Segundo ele, no sistema tradicional são produzidas 4 arrobas por hectare, enquanto no ILPF há experiências de produção de 28 arrobas por hectare. “É um exemplo para ver como podemos avançar na produção de carne”, afirmou.
Ele acentuou que o Brasil possui 160 milhões de hectares de pastagens. Desses, de 60 a 80 milhões podem ser facilmente transformados em ILPF. O Paraná possui atualmente 18 milhões de hectares com o sistema de Integração implantado. “Temos algo valioso na mão para geração de valor grande”, disse.
No Paraná, a tecnologia pode beneficiar especialmente a bovinocultura de corte e leite, o cultivo de soja e milho, a produção de fibras de algodão e a silvicultura, com destaque para o plantio de eucaliptos. Uma de suas principais vantagens é a adaptabilidade a propriedades de todos os portes, em qualquer bioma brasileiro.