Procissões refletem sobre a morte de Jesus

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Da Assessoria

Ponta Grossa – As tantas e belas celebrações da Semana Santa, em que os fiéis de toda a Diocese expressam sua fé pela oração, penitência e caridade, relembram o lava-pés, a última ceia, a via crúcis, a Paixão e a Páscoa de Jesus, contando os passos de Cristo desde a condenação por Pôncio Pilatos, sua crucificação e ressurreição. Um desses momentos é destaque na Paróquia Nossa Senhora Medianeira, em Ponta Grossa, há mais de 40 anos: a tradicional procissão com a imagem do Senhor Morto e Nossa Senhora das Dores pelas ruas do bairro Boa Vista.

Na década de 1980, a então Capela Nossa Senhora das Graças recebeu por meio de doação do padre Martinho Beckers – naquele momento pertencente à Congregação da Paixão de Jesus Cristo – uma imagem do Senhor Morto. Relatos de paroquianos contam que Congregação Passionista foi quem incentivou a doação. Com o gesto, se iniciou a devoção, que, ano a ano, recebia inúmeros adeptos. Uma peregrinação começou a ser feita na Semana Santa, pela região, na época, pouco habitada. A procissão era no interior do pátio da própria capela. Alguns anos mais tarde, o trajeto passou a incluir mais quadras do Parque Nossa Senhora das Graças. Em meados de 1992, a peregrinação se estendeu também pelo território da Capela Nossa Senhora Medianeira. Ainda pertencendo à Paróquia Nossa Senhora do Pilar, os frequentadores de ambas as capelas mantiveram a tradição, que continua até os dias atuais. Nas primeiras procissões, os homens carregavam Jesus e as mulheres, Nossa Senhora.

Atualmente, a procissão, realizada pela agora Paróquia Nossa Senhora Medianeira, ocorre na noite da Sexta Feira Santa, entre a Matriz Nossa Senhora Medianeira, no Jardim Esplanada, e a Capela Nossa Senhora das Graças. Antes da pandemia do Coronavírus, a participação ultrapassava mil pessoas. Em 2022, após dois anos sem acontecer, contou com a presença de 800 fiéis, que percorrem aproximadamente três quilômetros. Este ano, a saída será às 19 horas, da Matriz, na Rua Jorge Alves Pereira, 160, na Boa Vista. Todos os diocesanos estão sendo convidados. Quem for deve levar velas.

Aparecida Francisca Colman Sobrinho relata que desde a criação da Capela Nossa Senhora das Graças à procissão já existia. “A representação de fé é muito bonita. As famílias, pessoas de mais idade, crianças, jovens participam em peso. Sendo uma procissão luminosa, com cantos e orações coletivas e individuais é linda demais”, ressalta a senhora de 66 anos, uma das fundadoras da Comunidade. Com um semblante feliz, orgulha-se de dizer que seus filhos e filhas, participaram e participam até hoje da procissão. “Certa vez, minha filha, durante a procissão com a vela acesa na mão quase caiu e sem querer colocou fogo no cabelo de uma senhora a sua frente. Naquele momento, foi um nervosismo. Depois de tudo passado, foi motivo de gargalhadas e alegrias”, acrescenta.

Morador do bairro e um dos primeiros coordenadores do Conselho Pastoral, Valdemar Galis, de 74 anos, afirma que a procissão é muito bonita. “É muito gratificante ver aquelas pessoas, rezando, cantando e ecoando a fé pelas nossas ruas, alegres pela atitude de nossa Igreja”. Para o diácono Anderson Luís Schulmeister a procissão simboliza a fé popular, com toda a sua grandeza. “Todos os anos recebe ainda mais adeptos à penitência, percorrendo as ruas do bairro, nos remetendo ainda às sete dores de Maria, com a Morte de Jesus Cristo, mas com a esperança da ressurreição, que vem no Sábado Santo”, enfatiza.

Padre Daniel Farago, administrador paroquial da Nossa Senhora Medianeira, lembra a alegria de poder celebrar a Páscoa do Senhor. “Sabemos que o centro da Semana Santa é o Tríduo Pascal. E para melhor celebrar esse tempo, são bem-vindas as iniciativas de piedade que o Espírito Santo suscita no coração dos fiéis. Essa procissão foi retomada no ano passado e muitos fiéis participaram com grande devoção, meditando os mistérios da morte de Nosso Senhor. Junto com Maria queremos contemplar a dor de Jesus que por nós deu sua vida” convida o sacerdote.

Tibagi

Na Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, em Tibagi, a Procissão do Jesus Morto, na Sexta-Feira Santa, terá saída às 19 horas, do Cruzeiro da 18 de Março, descendo pela Rua Herbert Mercer e finalizando em frente à igreja matriz. Será uma procissão luminosa. A comunidade deve levar velas. Durante todo o trajeto, o povo ladeia a imagem do Senhor Morto, fazendo orações especiais. Em torno de 200 pessoas são esperadas.

Fotos: Pascom Paróquia Nossa Senhora Medianeira / Pascom Paróquia Nossa Senhora dos Remédios

A matriz Medianeira é o ponto de saída da tradicional procissão

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