Bianca Martins
A quarta sessão ordinária da Câmara Municipal de Castro teve como um dos temas debatidos, com requerimento protocolado pelo vereador Guto Beck (PP), o tombamento do Centro Histórico de Castro, noticiado pelo Página Um News , no último sábado. Beck requer explicações do Estado, do secretário da Comunicação Social e Cultura, Cleber Mata; da coordenação do Patrimônio Cultural e do secretário Executivo do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, Vinicio Bruni.
O parlamentar, mais uma vez, lamentou a falta de divulgação sobre a finalização do processo de tombamento, durante suas considerações finais, e lembrou que havia pedido informações sobre o processo em 2021. “É um tema que todos nós temos ciência, porque é um tema que vem decorrendo de 20 anos para cá. É algo que mexe com uma gama grande quadras, de imóveis. É algo, realmente muito complexo, muito delicado. Eu fui pego de surpresa, acredito que todos nós vereadores, com a finalização desse processo de tombamento. Não foi recebido nenhum comunicado oficial. Em 2021 encaminhei um requerimento para o Conselho, para o Governo do Estado e foi passado que ainda não havia sido concluído, estavam aguardando algumas informações e logo após a pandemia, já veio a conclusão. Acredito que faltou esse debate com a população. Faltou bastante clareza por parte do conselho do Patrimônio Histórico. Então eu retirei esse requerimento, refiz mais embasado e peço com muito carinho a assinatura de todos os companheiros vereadores para que a gente receba uma resposta um pouco mais embasada, do que receber a notícia que foi tombado”, convocou.
Para o vereador Joel Fadel (Patriotas), o tombamento deveria ter sido pontual e acredita que a discussão precisa ser levada adiante para que tentem uma reversão da decisão. “Quando fui presidente da Câmara fomos a Curitiba tratar desse assunto, quando o Reinaldo era prefeito. A ideia era tombar as três praças centrais e o entorno. E o resto teria um tombamento pontual. Como vai tombar um quarteirão inteiro se tem um terreno baldio no meio? O problema é a demora na liberação. Tenho uma amiga, que tem uma casa tombada no centro, não sei se é grau sm2 ou grau 1, um casarão lindo. Ela quer pintar a casa, mas está lá, sem pintura, porque eles [Patrimônio Histórico] não decidem. Isso desestimula investimento. Agora temos um deputado estadual. Ele tem que lutar por nós lá. Ele tem que descascar esse abacaxi. Eu concordo com tombamento, mas pontual”, observou referindo-se ao deputado estadual Moacyr Fadel, ex-prefeito de Castro.
O vereador Professor Jonathan (PSC) acredita que o tombamento do Centro Histórico de Castro pode tornar-se um entrave para o desenvolvimento da cidade se o Estado não oferecer o suporte aos proprietários para que os prédios sejam mantidos. “Não adianta tombar determinadas regiões do centro da cidade e o governo do estado não dar condições dessas casas serem mantidas de uma forma adequada. Não vejo problema em tombar. Eu vejo problema em tombar e não auxiliar no cuidado. Vou te dar um exemplo bem simples, o nosso antigo Fórum no centro. O que adianta manter um prédio maravilhoso e não dar recursos, não ter condições de arrumar o prédio. Agora, tombar e não deixar a cidade evoluir, por conta do tombamento, não manter, e principalmente, não fomentar isso com recurso financeiro vai fazer a cidade andar pra trás”, opinou.
Centro de Atendimento ao Autista
A pauta do dia teve 11 requerimentos, 13 indicações e dois projetos de lei, todos aprovados por unanimidade pela Casa. Um dos requerimentos é de autoria do Professor Jonathan, com assinatura de todos os demais vereadores, e trata sobre a criação de um Centro de Atendimento para Criança com Autismo. De acordo com ele, a demanda atual do município é de cerca de 180 crianças, somente na rede municipal. A criação do centro seria no contraturno da escola para oferecer as terapias necessárias para melhorar a qualidade de vida das crianças, das famílias e também das escolas, que teriam um reforço no apoio pedagógico. “É um começo importante. Espero que a gente possa atender essas crianças com psicólogo, com neuro, com pessoal do social para encaminhar os recursos para as famílias, porque tem algumas que recebem benefício, com professores para dar auxílio para as terapias. Seria como contraturno das escolas. Porque as crianças autistas precisam das terapias, além do trabalho pedagógico. Facilitaria a vida da família, da escola, e da criança, que precisa desse atendimento. Se vier acontecer, o município só ganha”, justificou.