Deputado propõe moratória em obras hidrelétricas para se avaliar situação dos recursos hídricos do Paraná

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Da ALEP

O deputado estadual Goura (PDT), disse ao participar do 1º Seminário Rios Vivos, nesta terça-feira (15), que o Paraná precisa decretar uma moratória para novos empreendimentos hidrelétricos para fazer um balanço sobre a situação dos recursos hídricos do estado.

“Temos que investigar a atual situação das nossas bacias hidrográficas, dos nossos rios, para saber qual é a realidade desse ecossistema. Também para sabermos se são necessárias a construção de novos empreendimentos hidrelétricos nos nossos rios”, afirmou Goura, que é presidente da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Paraná.

O evento foi organizado pela Casa Terra Coletiva e grupo Guardiões da Cachu, com apoio da Reitoria da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e teve como tema “Conflitos ambientais no Rio Mourão: hidrelétricas, recursos naturais e futuras gerações”.

Goura explicou que a proposta de moratória surgiu a partir da recente aprovação pela Assembleia legislativa de dois projetos de lei que autorizaram ao todo 41 novas obras em diversas bacias hidrográficas do Paraná.

“Os projetos autorizaram novas hidrelétricas em bloco. Foram impostos pelo governo Ratinho Junior sem que a sociedade ou os deputados debatessem com a devida atenção projeto por projeto. Isso em meio a uma pandemia”, disse Goura. “O mais lamentável é que não sabemos nem mesmo se há necessidade de tantas obras como essa”.

Zonas de exclusão – “Precisamos criar as zonas de exclusão. Os rios Piquiri e Ivaí deveriam ser preservados e não sofrer os impactos negativos destes empreendimentos que alteram de forma radical os ecossistemas desses locais”, explicou Goura.

Segundo ele, é preciso que o Governo do Estado faça valer o compromisso de promover a defesa do meio ambiente e cumprir o que dizem as constituições Estadual e Federal sobre as obrigações com relação ao meio ambiente. “Todos têm direito a um meio ambiente saudável e isso é obrigação do governo”.

“Não adianta dizer que apoia e promove os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como o governador Ratinho Junior faz, mas na prática está alinhado ao Governo Bolsonaro no ataque ao sistema legal de proteção do meio ambiente. Não se pode só fazer discurso e ao mesmo tempo promover a destruição ambiental”, disse.

O objetivo do evento conjunto foi promover discussões sobre o impacto da construção de hidrelétricas nos rios paranaenses e a crise hídrica pela qual o estado passa, em especial, no Rio da Várzea, também conhecido como Rio Mourão, em Campo Mourão.

O seminário desta terça-feira também teve a participação de Nilza Rodrigues, Robertson Fonseca, com mediação de Alana Lima. E debateu o tema “Quanto vale um rio?”.

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