Castrense é destaque na produção de forragem

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Em Tibagi, a chácara Shalom começou a investir no setor para consumo interno da própria leiteria

Bianca Martins
Especial Página Um News

O Brasil já se consolidou no mercado como uma grande potência agrícola tanto na produção quanto na exportação de vários produtos, como carne, soja, milho, frango. O que poucas pessoas sabem é que o Brasil é líder mundial em produção, consumo e exportação de sementes forrageiras. Esse mercado movimenta mais de R$ 1,4 bilhão ao ano. E, Castro tem um dos líderes no mercado brasileiro, a Agropecuária Leffers, que atua no ramo há mais de 30 anos.

Segundo um dos seus sócios, Sandro Leffers, a indústria vem expandindo, mas admite que não há muito ‘alarde’ quanto as estatísticas referentes ao cultivo deste tipo de cultura. Vindo da pecuária leiteira, o produtor viu na produção de forragem uma alternativa viável e a transição de um ramo para outro foi natural. Devido à sazonalidade das pastagens no Brasil, a fenação pode ser uma ferramenta de conservação de forragem para um período específico. Leffers lembra que há mercado para todos os tipos de forragem para alimentação animal, mas as principais são a silagem, o feno seco ou palha e o pré-secado, de aveia e azevém.

Ele explica que o investimento tem custo elevado e que hoje cerca de 95% de toda a produção vai para fora do município, para outras regiões do país. Com 27 distribuidoras, Leffers considera que os últimos anos foram bons para a empresa, que devido ao grande potencial de estoque, conseguiu abastecer o mercado desaquecido do Oeste do Paraná e de Santa Cantarina, que sofreu com a estiagem. “Eu tenho que ter o produto para a hora que ele [cliente] não tem, por isso tem que fazer um estoque grande. Temos um armazém de 2.000 m². Então nossa capacidade é para isso. Ter o produto disponível para atendermos a demanda do mercado. Daí vende silagem, feno, pré-secado e para manter o plantel eles têm que comprar”, explicou.

Enquanto em Castro, o alvo é o mercado externo, em Tibagi, tem produtor que começou a investir na produção de forragem para atender demanda interna, da própria leiteria. É o caso da chácara Shalom, propriedade de pequeno porte e gerida pela família Leonardi, onde o cultivo de gramíneas surgiu como uma alternativa rentável para diminuir o custo da alimentação do gado leiteiro. “Nós produzimos leite, então usamos para consumo próprio e para revenda. Tem crescido muitos as parcerias com outros produtores o que tem aumentado nossa capacidade de produção ano a ano. Um hectare de área de aveia ou azevém bem cultivado pode produzir 30 bolas/h. Nossa expectativa esse ano é a normal de mercado, em média 8 mil bolas de pré-secado e de feno retangular 10 mil fardos”, observou Rildo Leonardi, um dos proprietários.

Ele comentou que o preço de mercado neste último ano subiu muito em relação a anos anteriores devido ao alto custo de produção e à exigência dos mercados consumidores em relação à qualidade da alimentação. “Existem dificuldades ainda no Brasil pelo alto custo na produção, pela necessidade de máquinas e equipamentos modernos e caros para aquisição, mas a produção vêm crescendo nos últimos anos pela qualidade da alimentação, por poder ter disponível o ano todo e algumas vezes para fazer mais uma fonte de renda. Cortar a planta, faz a fenação e ela deixa rebrotar, ou para cobertura verde do solo, ou para produção de sementes, pode trazer mais retorno financeiro”, explicou.

Para Leonardi, o pré-secado é um dos tipos de cultura com melhor custo benefício para o produtor, “este método está se tornando mais eficaz pois seu armazenamento pode ser no campo enquanto o feno em fardos precisa de depósitos para não pegar umidade. A venda influencia nas variações climáticas, quando tem seca em SP e SC a venda é melhor pela falta de comida da região”, opinou.

Foto: Chácará Shalom/Tibagi-PR

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