Procurador acusado de tentativa de homicídio vai a júri popular

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Emerson Teixeira

Jaguariaíva – Poderia ser enredo de novela ou série, uma pacata cidade do interior, um advogado conhecido, um filho de político, a Câmara Municipal e o clima de desafeto que imperava no ambiente. Cenário perfeito para desenrolar a trama na ficção, mas nesse caso os personagens são reais e a cidade é Jaguariaíva que na quinta-feira (26), terá as atenções voltadas para o Fórum da Comarca onde será realizado júri popular e o caso é de tentativa de homicídio, ocorrido em 15 de março de 2009.

O Ministério Público do Estado do Paraná apresentou denúncia contra o Procurador da Câmara Municipal, Nivaldo Lucas Filho e seu filho, Nivaldo Lucas Netto, pela tentativa de homicídio contra Renato Mussi, que atualmente trabalha como Coordenador Regional da Cohapar. O caso aconteceu em 2009 e desde lá se arrasta em meio a vários pedidos de adiamento e até tentativa da retirada do julgamento do Fórum de Jaguariaíva.

Ouvido os dois lados, Renato conta que vive com as sequelas dos tiros, “além das marcas, levei tiro de raspão no pescoço, na cabeça, tem balas que estão alojadas ainda, sequelas psicológicas que foram as mais complicadas, muito tempo de tratamento, perdi boa parte do meu intestino, anos depois sigo em tratamento. Tem diversas sequelas que muito incomodam, desde não poder ficar sentado no banheiro, problemas de digestão, são sequelas permanentes”, relata.

Por sua vez, Nivaldo, que segue como procurador da Câmara de Jaguariaíva, descreve que ele próprio sustentará sua defesa no julgamento e está confiante da absolvição, afirmando ter agido para se defender. “Foi legítima defesa, ele namorava com minha filha, menor de idade, e bateu nela, depois ele bateu no meu filho e tentou me agredir também, o clima ficou insustentável, foi uma sequência de agressões, ele é um rapaz violento, eu me defendi de um covarde que tentou me agredir a traição, vou a júri sim e vou provar que agi em defesa de terceiros e de mim próprio, e me defenderia quantas vezes fosse necessário, porque não tenho medo de nenhuma espécie de agressor”, declara.

Relembre

O acusado, na época em 2009, procurador jurídico da Câmara Municipal, Nivaldo Lucas Filho, passou a dividir os espaços da repartição pública com Renato – na época servidor público da prefeitura cedido à Casa de Leis – e com o pai de Renato que havia sido eleito vereador nas eleições municipais de 2008. De acordo com o inquérito do MP, a situação foi o desfecho de desavenças que já vinham ocorrendo entre os dois e no fatídico dia dos disparos um novo desentendimento aflorou os ânimos.

Renato estava em um bar da cidade, na Rua Nicanor Soares, numa tarde de domingo, quando passou em um carro Nivaldo Lucas Netto que provocou a vítima dizendo que iria buscar o pai, e retornou mais tarde ao local acompanhado de Nivaldo pai. Ao chegarem ao bar, iniciou-se a confusão e as agressões a Renato com soco e pontapés, momento que Nivaldo sacou de um revólver calibre 32 e disparou cinco tiros em Renato.

Testemunhas relataram, na época, que os agressores tentaram impedir que a vítima fosse socorrida e tiraram a chave da ignição do veículo de Renato. Que após a interferência das próprias testemunhas ele foi socorrido e levado para o hospital da cidade e após transferido para a Santa Casa de Ponta Grossa.

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