Emerson Teixeira
Ponta Grossa– “Sinceramente eu não acredito mais na justiça, desculpe a franqueza, eu não acredito mais na justiça e por isso eu não posso continuar mais na vida pública, porque quando você não acredita mais na justiça, não tem mais o que fazer, até aqui eu acreditava na justiça”, com esse desabafo gravado em Brasília, logo após o resultado do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e publicado em uma rede social, Jocelito Canto anunciou o fim da carreira política.
Ele havia apresentado recurso no TSE que por unanimidade negou o pedido e manteve a inelegibilidade. A Corte entendeu que Jocelito estaria inelegível nas eleições de 2022, em razão de condenação por improbidade administrativa, o que o enquadraria na causa de inelegibilidade prevista no artigo 1º, inciso I, alínea “l”, da LC 64/1990. O relator do caso foi o ministro Carlos Horbach e o pedido de impugnação, apresentado pelo deputado federal Sandro Alex (PSD), requereu ao tribunal que mantivesse o acórdão do TRE do Paraná, que negou o registro de candidatura de Jocelito Canto à Câmara Federal pela federação PSDB-Cidadania.
Com a decisão do TSE pela manutenção do acórdão do TRE-PR, quem assume a vaga é o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que ficou na suplência nas eleições 2022, onde obteve 64.868 votos.
Jocelito declarou, ainda, que foi alvo de perseguição política e do judiciário. “A condenação no TJ [Tribunal de Justiça] Paraná foi uma condenação política, porque na época eu fiz algumas críticas a justiça do Paraná e a condenação foi rigorosa, quem não é do sistema, não fica no sistema, eu nunca fui do sistema”, disse.
Ele finaliza afirmando que apesar de encerrar a carreira política não deixará de cumprir sua missão. “Jamais vou deixar de cumprir minha missão que é de cuidar do povo dentro das minhas possibilidades, mas política pra mim acaba aqui, termina aqui minha vida pública, não tem mais o que fazer, eu respeito o que foi definido”, afirma.
Mabel
A deputada estadual Mabel Canto, filha de Jocelito, lamentou a decisão do TSE. Em sua página, em uma rede social, ela divulgou texto enaltecendo a figura do pai e que a soberania popular não foi respeitada. “Será sempre vencedor aquele que luta para fazer deste mundo um lugar melhor e mais justo para todos viverem. Ninguém perde por fazer a coisa certa. Desde pequena, eu sempre vi o meu pai lutando e nunca o vi desistir. Mesmo em meio a opções mais interessantes para ele próprio, ele nunca se deixou levar e sempre cumpriu com a sua responsabilidade com a população. Carrega dentro do peito o coração de um guerreiro, sempre pronto a lutar por todos, em especial por aqueles que mais precisam. Uma vez me falaram que o Jocelito, ao ser anunciado, não precisa da denominação de um cargo antes do seu nome. Outros precisam ser apresentados por deputado X, governador Y. Ele não, ele é o Jocelito, que com ou sem mandato, sempre trabalhou pela população e continuará sendo o Jocelito, um gigante!”, publicou.
Mabel apontou, ainda, que a vontade popular não foi respeitada e mais uma vez seu pai foi alvo de injustiça. “A justiça tem sido muito injusta com você, ainda mais quando comparamos com outros casos. A soberania popular não foi respeitada. Mas não há injustiça que seja maior que o carinho e respeito que você tem da população. Agradeço a Deus todos os dias por ser sua filha. E sei que Deus tem planos para você, além do nosso entendimento agora, por isso estou serena, porque é Nele que confio, e sei que ele jamais seria injusto. Os planos dele nunca falharam na tua vida, é só ver que ele te escolheu para servir, para cumprir uma missão, que vai além de um cargo na política”, desabafou.
