Luana Dias
Apesar de faltar pouco mais de um mês para o fim do inverno, os últimos dias registraram temperaturas típicas de verão, em Castro e em várias cidades dos Campos Gerais. No início da tarde desta quarta-feira (18), por exemplo, termômetros espalhados pela cidade marcavam 30 graus, e mesmo no final do dia, quando geralmente a temperatura caí nesta época do ano, ainda fazia entre 25 e 26 graus.
De acordo com o meteorologista Fernando Mendes, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (SIMEPAR), essa mudança drástica se deve a uma massa de ar aquecida, que está no centro do país, e aos ventos que sopram na região, vindos predominantemente das regiões mais quentes. “Nós temos uma massa de ar bem aquecida no Centro do país, e no Paraná estão soprando ventos que vêm das áreas mais quentes, além disso, a presença do sol também favorece o ar mais quente, juntos esses fatores causaram essa elevação acentuada da temperatura. Isso normalmente ocorre quando passa o momento mais crítico da onda de frio, porém, agora o processo foi bem rápido”, destacou.
O calor intenso deve dar trégua daqui há cerca de dez dias, para quando está prevista a chegada de uma instabilidade, presença de chuvas e uma nova frente fria. Conforme explicou Fernando, como a projeção diz respeito a um período maior de tempo, não é possível prever uma temperatura exata, no entanto, considerando os padrões atuais, não é esperada frente fria tão forte, e que traga temperaturas negativas ou tão baixas quanto as registradas entre o final do mês de julho e o início de agosto. “Nós vamos ter uma situação de frente fria, esperada para a partir do dia 26. Há sinais de que ocorrerá situação de instabilidade e aumento de umidade, com a possível chegada de chuva e queda nas temperaturas. Isso deve ocasionar resfriamento, mas a projeção não é por frio igual ao que ocorreu nas últimas semanas, a tendência não é de queda forte de temperaturas”, ressalta o meteorologista.
Segundo ele, é preciso levar em consideração a possibilidade de modificações em relação as previsões, sobretudo porque se referem a um prazo alongado, e, trata-se de uma tendência, onde pode haver mudança. “A simulação é feita com base na condição de hoje, e embora atualmente consigamos ter projeções muito boas, é possível que ocorram modificação”, destaca.
O meteorologista também alertou para as mudanças climáticas que ocorrem normalmente com a chegada de uma nova estação. No próximo dia 22 de setembro começa a Primavera, e segundo as tendências meteorológicas, a nova estação deve ter ocorrência de chuvas dentro da normalidade do período, ou um pouco abaixo, assim, a expectativa de chuva em maiores volumes, para suprir a demanda do Estado, não deve se concretizar. “Estamos saindo do Inverno, indo para a Primavera e devemos ter atenção às mudanças. Entre os meses de setembro e novembro, há indicativo de chuvas normais para o período, ou um pouco abaixo do normal no Paraná, o que consequentemente reflete em temperaturas também um pouco acima do normal. É evidente que teremos regiões com mais chuva e outras com menos, mas não há prognóstico em termos de chuva acima da média”, finaliza o meteorologista.