Em 2015, um colunista político, Milton Marques, mostrou em seu artigo que “A população não seria Massa de manobra”. A insatisfação contra o Governo na época estava em patamares elevadíssimos, a avaliação dos serviços públicos era negativa, a confiança do consumidor era pessimista, a inflação disparava, os níveis de emprego e renda caiam continuamente e notícias da Operação Lava Jato não davam trégua ao Governo e ao PT. Havia um certo grau de mobilização espontânea e não controlada pelo mundo político, hostilizado nas manifestações. Para os manifestantes, a presença de Organizações, Partidos e Sindicatos em manifestações significava só uma coisa: que eles tinham muito a ganhar – ou a perder – com a queda – ou a permanência – de um Governo. Nesse maio de 2021, há um visível desgaste do Governo Bolsonaro. Tem em sua gestão uma Pandemia insolúvel mas investigada por uma CPI que o responsabiliza por Mortes e Atrasos nas Vacinas. As manifestações do final do mês mostraram que aglomerações podem ser ignoradas quando for necessário “pintar as ruas do vermelho dos Movimentos Sociais, dos Sindicatos e dos Partidos Políticos de Oposição”. Misturar o preto do luto pelas mortes com os cânticos dos Movimentos Organizados cumpriu seu objetivo: “ressuscitar a tese de um impeachment que parecia enterrada politicamente”. Lula, em seu retiro, de novo, comemorou: “Ainda bem que a natureza criou esse tal de Coronavírus!”