*Sandro Adriano Carrilho
Castro acordou mais triste na manhã deste sábado (13), ao saber da morte de um dos seus mais ilustres e destacados empresários. Vítima de Covid-19, Dionísio Bertolini, de 82 anos, estava internado no Hospital Sirio-Libanês, em São Paulo (SP), há pelos menos três semanas.
Em conversa com a reportagem do Página Um News, Guilherme Bertolini, um dos netos de Dionisio, disse que o avô ficou poucos dias entubado, que havia tirado o aparelho e estava melhorando. “Nesses últimos dois dias, com o passar da sedação, começou a ficar agitado, até que soubemos da sua morte”. Perguntado sobre o sepultamento, ele não soube responder, pois o corpo ainda está aguardando a liberação em São Paulo.
Dionisio, que trocou Santo Antônio da Platina por Castro, começou a empreender cedo, quando aos 17 anos abriu uma lavanderia nos fundos de sua casa. Foram vários negócios até nascer a Calpar e formar uma holding. Empresário de sucesso, dono de uma das maiores minas do país, nunca foi político, mas sempre esteve envolvido nas causas do município, colaborando com a sua visão de empreendedor e conhecimento. Cidadão Honorário na cidade de Castro, tinha nos seus filhos Paulo e Marcos Bertolini, a segurança que seu negócio sempre estaria em boas mãos, e de sua esposa Helga, seu porto seguro.
Dionísio Bertolini nasceu em 16 de novembro de 1939, em Santo Antônio da Platina. Casado com Helga Marisa de Carvalho Pusch, teve três filhos: Paulo Antonio, Mario Bernardo e Marcos Roberto. Seus pais, Mario Bertolini e Aparecida Bolognesi, eram filhos de imigrantes italianos que tinham fazenda de café no norte do Paraná, em Ubá, na região entre Santo Antônio da Platina e Jacarezinho. A família veio para Castro em novembro de 1955 por recomendação médica, já que Dionísio tinha problemas respiratórios e o clima da cidade era favorável para sua recuperação. Desde os 17 anos já colaborava com orçamento da família. Seu primeiro empreendimento, em 1956, foi uma lavanderia, estruturada nos fundos de sua casa. Em seguida, seu pai comprou a padaria Esmeralda e ele ficou responsável pelo empreendimento. Para aproveitar o tempo que tinha disponível após a entrega do pão e a administração da padaria, resolveu montar uma oficina e revenda da Volkswagen. Após conversar com os diretores da indústria no Brasil, em São Bernardo do Campo, e fazer um acordo com a revendedora de Ponta Grossa, fundou a Castrowagen, que mais tarde foi vendida e transformada na Amusa.
Em 1962, Dionísio decidiu plantar batata na chácara que a família havia comprado perto da cidade, em São Tomé. Apesar do sucesso, saiu na hora certa, pois em 1965 veio a grande quebra dos produtores do alimento. Em seguida, abriu uma borracharia com serviço de recapagem de pneus, próximo ao quartel. Em 1968, estimulado pelo especialista em fertilidade de solo e adubos, o alemão Klaus Nixdorf, Dionisio e mais dois sócios, Jamil Fadel e seu pai, fundaram a Calpar. Hoje, a empresa tem capacidade de produção de 1,5 milhões de toneladas por ano, com 100% da indústria em área coberta, tornando-se a maior produtora de calcário agrícola do país. A Calpar faz parte de uma holding sob a direção de Dionísio, que também inclui as empresas Comércio e Agropecuária Brotas, a Granfinale Sistemas Agrícolas, a Agropecuária Vale do Iapó, fazendas de agricultura e pecuária e as Termas Riviera, que empregam mais de 300 funcionários.
*Com informações da Câmara Municipal de Castro
*Foto: Divulgação / Christian Christóforo