Castro e outras cidades da região estão entre selecionadas

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Luana Dias
Especial Página Um News

O Serviço de Acolhimento Institucional para Idosos São Vicente de Paulo, de Castro, e a Colmeia Espírita Cristã Abegail, de Ponta Grossa, estão entre as instituições paranaenses selecionadas pelo Projeto Corona Zero. Por meio dele, as instituições recebem gratuitamente kits de testes da Covid-19 para testar moradores e funcionários do local. Na instituição pontagrossense, os testes ainda estão programados para acontecer. Em Castro, a testagem foi realizada no início do mês de agosto.
Em todo estado já foram realizados testes em diversas outras instituições, desde o início da pandemia e até no mês de setembro, outras ainda receberão os kits. Entidades de Carambeí, Imbituva e Piraí do Sul também estão nessa lista, além de instituições de cidades em outras regiões do Paraná. No caso da Colmeia Espírita, o cadastro da entidade foi feito pela jornalista e associada do Rotary Club de Ponta Grossa Vila Velha, Cleucimara Santiago.
O projeto é uma iniciativa do presidente da Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite (ABPH), Humberto Silva, desenvolvida em parceria com o Rotary Club do Brasil. Com o objetivo de proteger a parcela da população que vive confinada em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI), o Corona Zero seleciona instituições cadastradas por membros de Rotarys de todo Brasil, e encaminha para elas kits compostos por Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e materiais para o teste do tipo PCR para detectar o coronavírus. Equipes dos Rotarys recebem esse material em suas cidades e organizam a execução dos testes, através de seus colegas ou em parceria com Secretarias Municipais de Saúde, e em alguns casos, com os próprios enfermeiros das entidades.
Depois de feitos os testes, o pessoal do Rotary local encaminha o material coletado para os rotarianos de São Paulo, onde fica a sede da ABPH, esta por sua vez, processa os resultados em laboratórios conveniados. De acordo com Humberto Silva, em até 48 horas os resultados são repassados para os responsáveis pelas entidades.
Com o resultado dos testes, as instituições podem separar as pessoas infectadas dos demais moradores, evitando maior propagação do vírus. Além disso, podem oferecer tratamento aos pacientes infectados devidamente identificados, a fim de evitar um estágio mais avançado do contágio, já que muitas vezes são pessoas assintomáticas e em outra situação, nem teriam conhecimento da doença.

Inspiração para salvar vidas
Humberto, o idealizador do Corona Zero e também presidente mundial do Rotarian Action Group (R.A.G) do Rotary para a luta contra as Hepatites Virais, contou à reportagem que a ideia para o projeto foi inspirada no que chamou de tragédia, ao se referir aos números de mortos pela Covid em locais como Estados Unidos e Europa. “Em algumas cidades dos Estados Unidos, 50% das pessoas que morreram pelo vírus são moradores dos chamados asilos. Na Europa aconteceu quase o mesmo, algumas instituições não davam conta de entregar os corpos para as funerárias, de tantas mortes que foram registradas. Ao acompanhar essas notícias, nós percebemos que essa tragédia acontecia pela falta de atenção com essa população, e então resolvemos levar proteção a eles, e contrariando muitos órgãos de saúde, começamos a testar todos, até mesmo os assintomáticos”, explicou.
Custeado pela ABPH, o projeto tem como meta a testagem de moradores e funcionários de duas mil instituições em todo Brasil, o que abrange a cerca de 150 mil pessoas. Desde o mês de maio, quando começou, até agora, já atingiu à metade do objetivo, e segundo Humberto, em aproximadamente um mês chega ao fim, com cem por cento da meta alcançada. “Já temos mais de dois mil asilos cadastrados, mas ainda é possível incluir novos”, destacou.
De acordo com Humberto, com a testagem em massa dos moradores de Instituições de Longa Permanência, já foi possível intervir em locais onde havia grande número de pessoas infectadas. “Testamos asilos onde tinha 70 a 80% das pessoas com Covid, e não tinham sintomas. Conseguimos intervir em locais como Piracicaba, onde já estavam ocorrendo muitas mortes, aí começamos a testar onde estavam ocorrendo muitos focos, como Americana, Itu, Belo Horizonte, Osasco e Guarulhos, e conseguimos detectar os infectados e separá-los.
Para o idealizador do Corona Zero, a concretização do projeto é obra de uma intervenção divina. “Quando eu concebi esse projeto eu pedi um empoderamento a Deus, porque trata-se de algo caro e difícil de ser realizado. Na época era um grande desafio e eu consegui que o Rotary aceitasse a ideia, mas sempre me fizeram a pergunta: de onde virá o dinheiro? e eu dizia, do céu, é daí que tem vindo todo dinheiro para nossos projetos, e daí conseguimos viabilizar todo o programa”, finalizou.

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