Homem é preso por perseguição e ameaças de morte após fim de relacionamento homoafetivo em Ponta Grossa

Investigado usava PIX para enviar intimidações, fotografava a vítima no trabalho e chegou a ameaçar idosos da família; prisão preventiva busca interromper escalada de violência

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Da Redação

Ponta Grossa – A Polícia Civil do Paraná prendeu preventivamente um homem de 27 anos investigado por violência doméstica, perseguição sistemática e ameaças de morte contra seu ex-companheiro, de 31 anos, e familiares idosos da vítima, em Ponta Grossa. A ordem judicial foi cumprida, nesta quinta-feira (4), pelo 2º Distrito Policial após um inquérito que apontou uma série de condutas abusivas iniciadas após o término de um relacionamento homoafetivo de seis meses.

Segundo a investigação, o suspeito desencadeou uma campanha contínua de intimidação. Ele passou a vigiar a vítima no local de trabalho, enviando fotografias feitas à distância e mensagens afirmando que “se não pudesse ficar com a vítima, ninguém mais ficaria”. Após ser bloqueado em ligações e redes sociais, passou a usar transferências via PIX — em valores entre R$ 0,01 e R$ 0,10 — para continuar enviando ameaças no campo de descrição. Nas mensagens, impunha prazos para retomada do relacionamento e direcionava intimidações ao avô da vítima, de 70 anos.

Em um dos episódios mais graves, o investigado foi até a casa dos avós e, depois, enviou fotos da fachada, reforçando que conhecia o endereço e poderia voltar. A situação fez com que a vítima deixasse Ponta Grossa às pressas. Os avós, de 70 e 68 anos, abandonaram a residência onde viviam há décadas e se mudaram para outro Estado, acolhidos por familiares. Outros parentes também mudaram suas rotinas por medo de retaliações.

O suspeito ainda criou um e-mail falso para reiterar ameaças de sequestro e morte do avô da vítima, além de declarar que “mataria toda a família” caso houvesse denúncia às autoridades, tentativa de impedir o acesso a medidas protetivas.

A Polícia Civil destacou que o homem possui histórico criminal grave, com condenação por homicídio qualificado e corrupção de menores. Ele cumpria pena em regime semiaberto harmonizado com tornozeleira eletrônica — e todos os crimes investigados ocorreram enquanto estava sob monitoramento, demonstrando, segundo a polícia, desprezo pelas medidas de fiscalização.

Diante de provas robustas dos crimes de perseguição (art. 147-A do Código Penal), ameaça (art. 147) e outras condutas, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva. A Justiça acatou o pedido, e o homem foi localizado, preso e encaminhado à cadeia pública, onde permanece à disposição do Judiciário. O inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público.

A prisão preventiva, afirma a polícia, busca interromper a escalada de violência, proteger a vítima e seus familiares idosos e evitar crimes mais graves, incluindo homicídio motivado pela orientação sexual da vítima. O caso é tratado como exemplo grave de violência doméstica em relacionamento homoafetivo.

A Polícia Civil reforça que denúncias podem ser feitas em qualquer unidade policial ou pelos canais oficiais de atendimento, com garantia de sigilo e proteção às vítimas, especialmente às pessoas LGBTQIAP+.

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