Delegada detalha denúncia contra ex-militares e civil por crimes sexuais contra adolescentes em Castro

Investigação da Polícia Civil resultou na denúncia de quatro homens por estupro de vulnerável, fornecimento de bebidas alcoólicas, perseguição e ameaça. Caso tramita em segredo de Justiça.

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Emerson Teixeira

Castro – A Polícia Civil do Paraná apresentou nesta segunda-feira (20) novos detalhes sobre o caso que resultou na denúncia de quatro pessoas — três militares do Exército à época dos fatos e um civil — por crimes contra duas adolescentes em Castro, nos Campos Gerais. A denúncia, feita pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), por meio da 1ª Promotoria de Justiça, foi oferecida no dia 14 de outubro e recebida pela Justiça no dia 15.

Segundo as investigações, concluídas no último dia 6, os crimes ocorreram entre a noite de 2 de março e a madrugada de 3 de março de 2024, em uma casa no bairro Bela Vista e em uma festa na localidade do Tronco. As adolescentes teriam recebido bebidas alcoólicas dos quatro denunciados. “Esses adolescentes e esses jovens, eles teriam ali ingerido bebida alcoólica e também teriam servido bebida alcoólica a essas duas adolescentes e, se aproveitando da vulnerabilidade em que elas se encontravam, teriam praticado diversos atos libidinosos e também conjunção carnal com essas vítimas”, afirmou a delegada Renata Batista.

A delegada destacou que a investigação teve início em março de 2024, inicialmente com apenas uma vítima. “No decorrer das investigações, chegou ao conhecimento de uma segunda vítima e também que se tratava de ao menos quatro agentes, quatro autores. Desses autores, três deles já serviram ou serviam o Exército, porém os fatos não ocorreram em decorrência da função ocupada por eles”, explicou.

Por se tratar de adolescentes e de crimes sexuais, a oitiva das vítimas foi feita por depoimento especial, com autorização judicial. “No decorrer dessas oitivas surgiram informações de que uma das vítimas teria sido perseguida e também ameaçada com uma suposta arma de fogo”, disse Renata.

De acordo com a denúncia, após o início das investigações, entre maio e junho, uma das vítimas passou a sofrer perseguição dos três então militares, que tentavam intimidá-la e retaliá-la. Ela também recebeu uma imagem de um revólver enviada por mensagem de celular pelo quarto acusado, civil.

Em razão disso, foram representadas medidas cautelares. “O Ministério Público também teria solicitado medidas protetivas com base na Lei Henrique Borel, evitando o contato, a aproximação e resguardando a integridade física e psicológica das vítimas”, destacou a delegada.

A investigação foi considerada complexa e envolveu diferentes técnicas de apuração. “Essa investigação foi bastante complexa, envolveu diversas técnicas investigativas, visando a identificação e também a qualificação de cada conduta de cada agente”, afirmou.

A denúncia oferecida pelo MPPR imputa aos acusados os crimes de estupro de vulnerável, fornecimento de bebidas alcoólicas, perseguição e ameaça. Por envolver vítimas adolescentes e crimes sexuais, a ação penal tramita em segredo de Justiça.

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