TARJA PRETA: Deputado Moacyr Fadel envergonha Castro e os Campos Gerais ao assumir que recebeu propina
CONFESSOU
Talvez o deputado estadual Moacyr Elias Fadel Junior (PSD) pensasse que o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), celebrado com o Ministério Público Estadual (MP-PR) no final de agosto, em que confessa ter recebido propina de R$ 15 mil de empresa de transporte coletivo urbano de Castro, quando ainda era prefeito, passaria em branco pela imprensa. O mesmo para a multa de R$ 180 mil paga à vista, para se livrar – quem sabe – de uma possível prisão, fruto da condenação de dois anos e três meses pelo crime de corrupção passiva praticado no ano de 2009. Mas não foi isso o que aconteceu, com o Página Um News noticiando em primeira mão, na sexta-feira (12), o que um vídeo já havia revelado há 16 anos – um político pegando três maços de dinheiro e colocando no bolso interno de sua jaqueta.
CONFESSOU II
É certo que a grande imprensa levou alguns dias para noticiar esse caso vergonhoso, mas quando o fez na terça-feira (16), foi como uma avalanche. A RPC, por exemplo, deu destaque nos seus dois telejornais, com o deputado Moacyr Fadel (PSD) ganhando um bloco inteiro no programa da noite, praticamente 10 minutos. A reportagem também tentou falar com o parlamentar na sessão de terça-feira, mas, além de chegar bem depois do início dos trabalhos, o deputado não quis dar entrevista. Apenas deixou em nota, que a assinatura do acordo coloca fim a uma ação judicial que se arrasta há mais de uma década.
POSIÇÃO DA ALEP
A Assembleia Legislativa do Paraná, também em nota à RPC, descreveu que os fatos relacionados a Moacyr aconteceram no período que não era deputado, e por isso se tratava de uma questão pessoal. Um sinal claro que a ALEP quer deixar a poeira baixar, para ver o que acontece. Por outro lado, o presidente Alexandre Curi (PSD) sabe que a eleição do ano que vem será dura, e se tem pretensões de candidatar-se ao governo do Paraná, precisa se desvincular de qualquer tipo de problema que não o torne alvo, principalmente esse que coloca o seu terceiro vice-presidente em situação vexatória.
ESTRAGO FOI FEITO
Como bem disse um empresário castrense, “a paulada foi grande”, e a imagem de Castro foi mais uma vez arranhada. Mas, é preciso entender até que ponto esse estrago vai atrapalhar a reeleição de Moacyr, e se o governo Ratinho Junior continuará prestigiando o município através de um político que assumiu ter recebido propina. Hoje, além do deputado, outros quatro estaduais atendem Castro e estão de olho nos mais de 40 mil votos válidos. São eles, Denian Couto (Podemos), Marcelo Rangel (PSD) e Anibelli Neto (MDB), todos da base do governo estadual, além de Mabel Canto (Progressistas).
PARA QUE LADO SEGUIR
Adversário na última eleição, hoje parceiros na busca de recursos para Castro, o prefeito Reinaldo Cardoso (MDB) também precisa definir se continua a sua caminhada ao lado de um político que confessou ter praticado crime de corrupção passiva, ou aproveita o momento para se afastar, fortalecendo o grupo que o elegeu, trazendo de volta alguns desgarrados. O mesmo se aplica para os demais prefeitos dos Campos Gerais, que tem relação com o parlamentar. Vale lembrar que o deputado é apenas um agente, e quem tem os recursos é o Estado, sendo assim, facilmente de ser substituído.
LIMINAR SALVOU
É bem verdade que Moacyr Fadel, agora ‘corrupto assumido’, só elegeu-se deputado após o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) – depois de negar por duas vezes – ter possibilitado, através de liminar assinada por um único desembargador, que todas as suas condenações transitadas em julgado fossem suspensas da noite para o dia. Isso permitiu, em dezembro de 2022, dois meses após o pleito e às vésperas da diplomação, que tivesse o seu registro de candidatura aceito pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) e viesse a ocupar uma cadeira na ALEP, uma vez que havia conquistado votos suficientes. Posição que quer manter através de reeleição no próximo ano, com as bênçãos do povo.
OPERAÇÃO DE CRÉDITO
Oposição e situação se uniram e aprovaram na sessão de segunda-feira (15), da Câmara Municipal de Castro, Projeto de Lei N 111/2025, de autoria do Executivo, que autoriza a contratação de operação de crédito de até R$ 54,6 milhões junto a Agência de Fomento do Paraná S.A. Apenas o vereador Paulo Roberto Nocera Junior (Nuno) votou contrário, mas nada que mudasse o resultado. O montante será destinado a obras de projetos considerados estratégicos para o município.
UNANIMIDADE
Elogios por todos os lados. Esse foi o resultado do Festival Estadual da Primavera que trouxe a Castro um evento único que vem ao encontro das ações do governo Reinaldo Cardoso, que prioriza o turismo e a cultura, sem esquecer das outras áreas. Pode-se dizer, seguramente, que o resultado superou as expectativas em todos os sentidos e quem não foi no Castrolanda Expo Center, arrependeu-se. O município gastou perto de R$ 600 mil nos três dias de evento, o Governo do Paraná o montante de R$ 3 milhões, mas o valor arrecadado junto ao comércio, setor hoteleiro e principalmente em emoções, esse superou o investimento em muito.