VÍDEO – Laudo pericial aponta que seis tiros atingiram Guilherme Becher, três pelas costas no caso em que o atirador é o ex-presidente da Câmara Neto Fadel

Defesa da família afirma que excesso de disparos descaracteriza legítima defesa e pode agravar pena

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Da Redação

Ponta Grossa – O caso da morte de Guilherme Becher, assassinado em 20 de novembro de 2024 pelo presidente da Câmara de Castro, Miguel Zahdi Neto, conhecido como Neto Fadel, em um condomínio de chácaras de luxo localizado na PR-151, entre Ponta Grossa e Carambeí, ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (20). Um laudo pericial particular, encomendado pela família da vítima, aponta que Becher foi alvejado com seis tiros, sendo três pela frente e três pelas costas.

“O laudo da necropsia já saiu e informou que a vítima sofreu diversos disparos de arma de fogo. Entretanto, não informou com precisão o número de tiros nem a região onde a vítima foi atingida. Por isso, fizemos um laudo particular para esclarecer e juntar no inquérito”, afirmou o advogado Fernando Madureira, que representa a família ao lado do advogado José Jair Baluta.

Segundo a defesa, as conclusões do documento fragilizam a versão apresentada por Neto Fadel. “O excesso de tiros, e o fato de ter ferimentos nas costas, descaracteriza a legítima defesa. E pode, em tese, agravar a pena”, destacou Madureira.

O laudo, assinado pelo médico perito criminal Vinícius Grachinski, descreve em detalhes os atendimentos prestados a Becher. Ele foi levado por familiares ao Hospital do Coração Bom Jesus, em Ponta Grossa, já em parada cardiorrespiratória. A vítima recebeu transfusão de emergência e passou por cirurgia, mas não resistiu e teve a morte confirmada às 19h43 do dia 20 de novembro de 2024.

De acordo com o perito, a necropsia realizada pelo Instituto Médico-Legal (IML) constatou seis perfurações de entrada, quatro de saída e um projétil alojado na região dorsal. “Guilherme de Quadros Becher veio a falecer por choque hipovolêmico hemorrágico devido às lesões causadas pelos projéteis de arma de fogo”, registrou o documento.

Para os advogados da família, o material comprova que a tese de legítima defesa não se sustenta. “Com esse laudo cai por terra qualquer alegação do acusado. Foi tudo uma farsa montada para tentar se eximir da responsabilidade pelo assassinato covarde e doloso. Estamos encaminhando esse documento à autoridade policial e aguardamos o laudo da reconstituição do crime para que o inquérito seja concluído e o réu levado a júri popular”, disse Madureira.

A Polícia Civil do Paraná segue com as investigações.

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