Nesta terça-feira, os Campos Gerais se unem em um gesto simbólico e poderoso: a 3ª Caminhada do Meio-Dia, realizada simultaneamente em Castro, Tibagi, Palmeira, Arapoti e Ponta Grossa, reafirma o compromisso regional com o enfrentamento à violência contra a mulher. A mobilização marca o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, data que homenageia a memória de Tatiane Spitzner e escancara a urgência de ações concretas diante de uma realidade brutal.
Mais do que uma manifestação pública, a caminhada representa um grito coletivo por justiça, respeito e políticas de proteção efetivas. A violência de gênero não é um problema isolado — é estrutural, cotidiano e atinge mulheres de todas as idades, classes e localidades. Em Castro, por exemplo, os dados da Polícia Civil mostram que a ameaça é constante: só neste ano, já houve duas tentativas de feminicídio, e mais de 200 mulheres vivem sob medidas protetivas. Esses números não são apenas estatísticas; são vidas em risco, famílias atingidas e uma sociedade que precisa reagir.
As ações promovidas em cada município, da concentração nos centros urbanos às propostas de capacitação e educação em escolas e áreas rurais, indicam que o combate à violência exige tanto mobilização quanto estrutura. A criação de secretarias específicas e a solicitação da Casa da Mulher Paranaense em cidades como Castro apontam avanços, mas o caminho ainda é longo. A legislação, como o novo Código da Mulher Paranaense, fortalece o arcabouço legal, mas precisa sair do papel para se transformar em proteção efetiva.
É fundamental lembrar que o enfrentamento ao feminicídio não se limita a um dia de caminhada ou a uma campanha pontual. Ele passa por uma mudança cultural profunda, pela formação das novas gerações, pelo fortalecimento da rede de apoio e pela responsabilização de agressores. O envolvimento de conselhos, secretarias, instituições civis e da própria população nesta mobilização é um exemplo a ser seguido e ampliado.
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