Vôlei feminino de Castro luta, mas sofre virada em estreia no Paranaense
Equipe castrense, comandada por Fábio Sampaio, mostra potencial contra Cascavel, mas revés em casa serve de aprendizado para a busca por vaga na Superliga C.
Emerson Teixeira
Castro – As meninas da equipe castrense de Vôlei Feminino fizeram sua estreia em casa no último domingo (13), enfrentando a forte equipe de Cascavel no Ginásio Gerson Torres. Apesar de um início promissor, vencendo os dois primeiros sets, a equipe de Castro não conseguiu segurar a vantagem e acabou sofrendo a virada, perdendo a partida por 3 sets a 2.
O técnico da equipe, Fábio Sampaio, destacou a importância do momento para o esporte local e a qualidade do adversário. “Primeiramente, já é um momento ímpar para o município voltar ter entretenimento para o público no esporte de alto rendimento”, afirmou Sampaio em entrevista ao Página Um News. Ele ressaltou o desafio de enfrentar uma equipe como Cascavel: “Nós jogamos contra o Cascavel, uma equipe de investimento alto, de atletas renomadas a nível de Brasil, e fomos melhor do que esperávamos. Porém, poderíamos, ao decorrer do jogo, ter superado as nossas próprias perspectivas em relação à partida”.
Sampaio analisou a partida, reconhecendo a experiência do adversário e o desempenho de sua equipe. “Nós sabíamos que seria uma partida dura, se tratando que Cascavel é uma equipe extremamente experiente, mas dentro do nosso território, nosso plano de jogo, nós soubemos anular algumas questões, alguns pontos, os pontos principais da equipe do Cascavel, e saímos vencendo de 2 sets a 0”, explicou. A virada, segundo o técnico, foi resultado de um descuido. “Descuido, momento de distração, até pelo pouco tempo de trabalho no conjunto a gente relaxou e fomos surpreendidos por 3 a 2”.
Apesar da derrota, Sampaio vê o resultado com otimismo, considerando a força do oponente. “No olhar geral, o 3 a 2 para nós é um bom resultado se tratando do adversário”, ponderou. No entanto, ele não deixou de lado a autocrítica: “Mas um olhar mais voltado para o próprio jogo, não poderíamos ter perdido esse jogo de 3 a 2, uma vez que saímos à frente 2 sets a 0, nós tínhamos que matar o jogo”.
O aprendizado é a palavra-chave para a equipe de Castro. “Ficou o aprendizado, ficam os pontos positivos do jogo que foram bastante. A equipe já mostra um perfil de evolução, mostra um padrão de jogo, mostra que aos poucos está evoluindo, que tem muito ainda a crescer durante o campeonato”, disse o técnico. O objetivo principal no Paranaense é claro. “O que a gente preza é exatamente isso, é um jogo de cada vez para que a gente esteja entre os 6 primeiros que passam para a segunda fase. Esse campeonato tem nove equipes”. Ele enfatizou a dificuldade da meta, mesmo parecendo simples: “Embora apareça que entre os nove você ficar nos seis é uma meta fácil, mas não é, se trata das grandes potências do Paraná”. Sampaio citou as equipes de alto nível que participam da competição, como Maringá, Marechal Cândido Rondon, Toledo, Foz do Iguaçu, Cascavel, São José dos Pinhais, Londrina e Irati, destacando que algumas delas jogam a Superliga A e B, os maiores campeonatos de vôlei do Brasil.
Sobre o impacto psicológico de perder um jogo após estar vencendo por 2 sets a 0, Fábio Sampaio foi enfático: “É difícil porque depois que você impõe um ritmo, cria um repertório de jogo, o domínio do jogo e você acaba por descuido próprio, não é nem pelo domínio da equipe adversária, por descuido próprio, perdendo esse domínio, onde você poderia matar o jogo, eliminar o adversário em 3×0 dentro de quadra, que daria um ânimo diferente para o campeonato, é claro que isso abala, abala todo mundo”. No entanto, ele vê um lado positivo no revés. “É bom, porque acaba que nos coloca num outro cenário, de entender que temos uma equipe com poder de jogada igual, com a grande maioria das equipes”. O técnico reconhece a disparidade de investimento entre as equipes, mas enfatiza a resiliência do esporte: “É claro que muitas equipes tem investimento muito maior, é até gigante a diferença de investimento dos outros municípios para o esporte de alto rendimento para os nossos, mas isso é do esporte, é do dia a dia, nós fomos acostumados a lidar com essas situações”. A solução, para Sampaio, é o trabalho contínuo. “Quanto mais rápido você volta para o trabalho, mais rápido você elimina qualquer tipo de burbúrio na mente. Então você começa a trabalhar, a eliminar aquelas coisas para que no próximo você não seja pego de surpresa. Se você começar a pensar muito no que passou, você deixa de se preocupar com o que está por vir”. A comissão técnica tem um papel crucial nesse processo. “É mais uma preocupação da Comissão Técnica em corrigir pontos, sejam eles técnicos, psicológicos, emocionais, mas corrigir pontos e potencializar o que aconteceu de bom e foram várias coisas”.
Superliga C
Com a pausa no Campeonato Paranaense, o foco da equipe de Castro se volta para a busca de uma vaga na Superliga C. “Nosso próximo passo agora é a Superliga C”, revelou Sampaio. Ele explicou a importância da competição: “É o campeonato brasileiro de terceira divisão, que dá acesso a Superliga B, que é a segunda divisão e assim sucessivamente”. O torneio acontecerá entre os dias 3 e 7 de agosto, em São José dos Pinhais, e reunirá equipes do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “É um campeonato bastante difícil, as potências de todos os estados vão estar participando, apenas uma vaga para o campeonato nacional”, alertou o técnico. A preparação será intensa: “Então vamos focar agora, nós temos aí 15, 20 dias de preparo focando essa competição”.