Prefeitura de Castro estuda transformar nova rodoviária em “hub de integração” para destravar operação

Emerson Teixeira

Castro – Inaugurado em março de 2022, o Terminal Rodoviário Intermunicipal Dr. Lauro Lopes, conhecido como a “nova rodoviária” de Castro, segue sendo um desafio para a gestão municipal e um ponto de queixa para a população. Mesmo após iniciar suas operações de fato em junho de 2024, o espaço ainda funciona de forma precária, com dois guichês de empresas de transporte ativos e sem nenhuma opção de lanchonete ou comércio de alimentos e bebidas para os passageiros.

Atendendo a pedidos da população, o prefeito Reinaldo Cardoso, acompanhado pelo secretário municipal de Planejamento e Patrimônio, Rodrigo Moraes da Silva, e pelo arquiteto Jaime Puch, realizou uma visita técnica ao local na quinta-feira (10). O objetivo foi diagnosticar os problemas e buscar soluções para a baixa adesão e a falta de estrutura do terminal.

Segundo o secretário Rodrigo, a visita foi o primeiro passo para entender as demandas e planejar ações futuras. “Algumas pessoas vêm nos solicitando uma integração do transporte e o doutor Reinaldo se prontificou a ir até o local, conversar com os operadores, com os colaboradores da rodoviária, com alguns munícipes, e a gente realmente vai buscar um entendimento”, afirmou.

A principal meta, segundo a gestão, é transformar o terminal em um grande centro de mobilidade. A ideia é consolidar a Rodoviária Nova como um “HUB de Integração” para todos os tipos de transporte público, incluindo linhas intermunicipais e interestaduais, transporte metropolitano (Viação Iapó), transporte circular urbano (Viação Cidade de Castro) e serviços de táxi e Uber.

“É um pedido frequente da população à Prefeitura Municipal e à Câmara de Vereadores. Muito em breve, queremos trazer soluções que vão melhorar a mobilidade das pessoas”, destacou o secretário.

Rodrigo explicou que será criada uma “força-tarefa” envolvendo diversas secretarias para dialogar com as empresas de transporte, como a Viação Cidade de Castro e a Viação Iapó. “O município precisa fazer uma ação rápida para atender esse clamor da população e aí nos próximos dias a gente pretende conversar um pouco mais sobre isso”, ponderou Moraes.

A prefeitura também reforçou que os canais oficiais, como a ouvidoria eletrônica e as plataformas do Plano Plurianual, estão abertos para que a população envie sugestões e críticas sobre o transporte público.

A visão dos usuários

Em conversa com a reportagem do Página Um News, frequentadores do terminal, que preferiram não se identificar, apontaram os principais problemas do dia a dia. “Os passageiros precisam que tenha espaço para alimentação, onde até agora não foi aberto lanchonete. Não foi melhorado o acesso ao transporte coletivo da cidade, pois muitos não têm carro e dependem dele”, relatou um usuário.

Segundo ele, o movimento de passageiros é baixo e concentrado apenas nos horários de embarque e desembarque. “Eles utilizam a rodoviária como ponto apenas de espera do ônibus. O movimento tem, mas somente nos horários dos ônibus, pois a maioria das pessoas da cidade se utiliza de transporte alternativo em vez do transporte regular”, completou.

Outra queixa recorrente é a recusa da Viação Iapó, que opera a linha metropolitana, em utilizar o novo terminal para embarques. “A população que mora aqui na região de Vila Rio Branco é grande e se eles viessem aqui ficaria mais perto para muitos dos usuários”, desabafou.

Apesar dos problemas, há reconhecimento de que o novo espaço oferece mais segurança, especialmente durante a noite. Com mais de 30 horários de chegadas e partidas distribuídos ao longo das 24 horas – incluindo empresas como Transpen, Princesa dos Campos e Nordeste –, o terminal atende a um fluxo de passageiros noturno que antes não tinha um local adequado. “Principalmente esse passageiro da noite e madrugada que precisa de espaço com conforto, segurança e acessibilidade, no qual a rodoviária antiga não possuía”, explicou um frequentador.