Família Rugiski mantém vivo o legado do handebol em Castro

Emerson Teixeira

Castro – O último fim de semana da fase regional dos Jogos Abertos do Paraná, disputada em Prudentópolis, foi muito além de placares e classificações. Para a cidade de Castro, o handebol ganhou contornos emocionantes com um capítulo especial da história de uma família que carrega o esporte no sangue: os Rugiski. O reencontro em quadra de filhos, primos e sobrinhos, liderados agora por Bruno Rugiski, marcou o retorno simbólico de um legado iniciado pelo patriarca Marcial Rugiski, falecido em 2021.

A história da família no handebol remonta a décadas atrás, com passagens por cidades como Piraí do Sul, Foz do Iguaçu e Maringá, e foi eternizada em 2009 em uma reportagem que mostrava uma equipe inteira formada por irmãos, primos e sobrinhos. Naquela imagem, Marcial aparecia como técnico, liderando seus familiares com paixão e disciplina. Agora, a nova foto, registrada em Prudentópolis, mostra a continuidade: Bruno com a prancheta, suas irmãs e primos em quadra — e o mesmo uniforme do município de Castro.

“Pra mim é felicidade. Naquela primeira foto eu era mais novo e ainda não jogava nos Jogos Abertos, mas já tinha começado no handebol. Hoje, poder estar ali como técnico, ver minha família jogando e continuar esse legado… é muito amor envolvido”, declarou Bruno Rugiski ao Página Um News, emocionado.

Bruno segue os passos do pai como técnico e atleta, e também atua como professor de escolinha de handebol. “Continuar o trabalho dentro da família com amor, com paixão pela modalidade, e passar isso para outras famílias em Castro, é o que mais me motiva. O que era nosso agora também é da comunidade”, completou.

Além de Bruno, outras figuras da família continuam firmes na modalidade. Sua irmã mais nova treina durante a semana, a irmã do meio, formada em Direito, trabalha no Fórum de Ponta Grossa e volta a Castro nos fins de semana para os treinos. A irmã mais velha, que hoje vive em Telêmaco Borba, também divide a rotina com treinos e campeonatos. E o primo Jefferson Peres Rolim Júnior, camisa 16, é o único que aparece nas duas fotos históricas.

“Ah, cara, é muito mais do que um esporte que une a família. Tá no nosso sangue”, declarou Jefferson, com a voz embargada. “Joguei com cada um deles, desde os tios até os primos. A gente se olha em quadra e sabe o que o outro tá vivendo. Já recebi passes do tio Marcial, do Bruno, do Lucas… são passes com o mesmo jeito, a mesma essência. É como se todos nós carregássemos um pouco de cada um”.

Jefferson destaca que a troca de inspirações na família é contínua. “Assim como meus tios me inspiraram, eu sei que também os inspirei em alguns momentos. Ver a nova geração entrando em quadra, assistindo a gente, conhecendo nossa história… isso é impagável. O handebol tá no nosso DNA”.

A história do clã Rugiski se entrelaça com a própria história do handebol em Piraí do Sul, onde tudo começou. Em reconhecimento, a próxima edição dos jogos estudantis da cidade, levará o nome de Marcial Rugiski, em homenagem ao pioneirismo da família no esporte local.

“A nossa família foi ovacionada em Piraí. Meu pai iniciou o handebol lá, e os jogos estudantis esse ano vai levar o nome dele. Isso mostra o quanto ele foi importante não só pra gente, mas pro esporte na região”, conta Bruno.

Profissional

Ausente na foto, o irmão mais novo do Bruno, Lucas Rugiski atua como jogador profissional pelo São Carlos (SP), equipe tradicional que disputa as duas principais competições da modalidade no país: o Super Paulistão e a Liga Nacional de Handebol.

Mesmo com os caminhos da vida levando cada um para uma cidade ou profissão diferente, o handebol segue como elo entre gerações. Alguns ainda jogam profissionalmente, outros apenas nos campeonatos castrenses, mas o espírito segue o mesmo: compromisso, paixão e família.