Pressão popular derruba auxílio-alimentação para vereadores de Jaguariaíva
Reação nas redes sociais, plenário lotada e vaias forçaram vereadores a recuarem após aprovação inicial do polêmico projeto
Emerson Teixeira
Jaguariaíva — A sessão ordinária realizada na noite de terça-feira (17) na Câmara Municipal de Jaguariaíva entrou para a história política da cidade. Após intensa mobilização popular, os vereadores rejeitaram por unanimidade, em segunda votação, o projeto que criava um auxílio-alimentação para os próprios parlamentares. A proposta, que havia sido aprovada na primeira votação, gerou forte repúdio da população, culminando em um recuo coletivo que evidenciou o poder da pressão popular sobre o Legislativo municipal.
O plenário da Câmara ficou lotado de cidadãos indignados. Com cartazes, vaias e manifestações nas redes sociais, a população fez questão de mostrar sua contrariedade à tentativa de instituir o benefício. O clima foi de constrangimento geral para os parlamentares que haviam votado favoravelmente na etapa anterior. Acuados pela repercussão negativa e diante de um cenário politicamente insustentável, seis vereadores decidiram mudar seus votos.
Recuaram os vereadores Alencar Samirzinho, Adilson Gordo, Francilei Baitala, Marquinho Leitoa, Ademar da Costa Passos e Valdeci Cox, que haviam sido favoráveis à proposta na primeira votação. Outro personagem central da polêmica foi o presidente da Câmara, vereador Dimas, que teve papel decisivo na tentativa de emplacar o projeto. Na primeira votação, coube a ele o voto de minerva, favorável ao auxílio, em caso de empate. Sua atuação como articulador do benefício gerou forte reação negativa e impulsionou ainda mais os protestos. Na sessão desta terça, Dimas declarou-se contrário à proposta, embora não tenha podido votar — seu voto seria acionado apenas em caso de novo empate.
Por outro lado, seis vereadores se mantiveram contrários ao auxílio desde o início. São eles: Marquito, Rodrigão Motorista, Vinícius Cava, Alan da Farmácia, Wilian Abdiel e Samuel Motorista. “O povo compareceu em peso e fez sua parte. Na minha avaliação posso dizer que foi o mínimo esperado, porém frustrante pela repercussão negativa e exposição disso. Vereador representa os interesses da população não os dele”, frisou o vereador Wilian.
Já o vereador Marquito, em conversa com a reportagem fez questão de frisar sua posição contrária desde o início. “Por entender que não tem motivo e necessidade, já que temos as diárias”, enfatizou. “Na vida pública, não existe valor que pague do verdadeiro dever cumprido e poder andar de cabeça erguida em todos o lugares de nossa querida cidade”, declarou.