CASO ÍSIS VICTÓRIA – Promotora de Justiça detalha caso após aniversário de um ano do desaparecimento

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Emerson Teixeira*

Tibagi – Um ano após o desaparecimento de Ísis Victória Mizerski, de 17 anos, em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, o caso segue em tramitação na Justiça e a família sem respostas concretas. Grávida à época do sumiço, a adolescente foi vista pela última vez ao sair para encontrar Marcos Vagner de Souza, de 35 anos, com quem mantinha um relacionamento. Apesar de o corpo de Ísis não ter sido localizado, a Polícia Civil concluiu que ela foi assassinada por Marcos, que foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, aborto sem consentimento e ocultação de cadáver. O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia, e o acusado aguarda julgamento pelo Tribunal do Júri.

Em entrevista ao Página Um News, a promotora de Justiça do Ministério Público em Tibagi, Juliana Schasiepen Ribeiro Gonçalves, detalhou o atual estágio do processo judicial, explicando os motivos pelos quais o caso ainda não foi a julgamento e as expectativas para as próximas etapas. A fala da promotora é crucial para entender o andamento de um dos casos mais emblemáticos da região.

A promotora esclareceu que o processo judicial referente ao caso Ísis Victória não está, neste momento, tramitando na comarca de Tibagi. Segundo ela, houve a interposição de um recurso por parte da defesa do acusado, procedimento previsto na legislação processual penal brasileira. “O que nós tomamos conhecimento é que o acórdão, ou seja, a decisão dos desembargadores, foi proferida recentemente, nesses últimos dias”, informou a promotora.

No entanto, o processo ainda não retornou para Tibagi porque a defesa ainda tem a possibilidade de apresentar novos recursos contra a decisão do Tribunal de Justiça. “A parte recorrente que interpôs aquele recurso, ela pode, sim, surgir por determinadas questões do acórdão ou outras questões processuais e podem recorrer ainda dessa decisão. Então, por isso que o processo ainda não voltou”, explicou Juliana Gonçalves.

O caso, portanto, segue em andamento perante o Tribunal de Justiça. O retorno para a comarca de Tibagi ocorrerá somente após o esgotamento de todos os recursos cabíveis nessa instância superior. Uma vez de volta a Tibagi, o juiz da comarca irá intimar as partes para que indiquem as provas que desejam produzir em plenário, etapa que antecede a designação da data do julgamento pelo Tribunal do Júri.

Questionada sobre a previsão de prazos para o julgamento, a promotora ressaltou que não há datas rígidas que possam ser informadas com total certeza. Contudo, ela enfatizou um fator que confere prioridade ao caso: o acusado está preso. “Todo acusado preso ele tem prioridade na tramitação do processo, então quando esse processo retornar a comarca, com certeza o juiz vai dar prioridade absoluta a esse caso para que ele tenha um andamento o mais rápido possível”, afirmou.

Sobre a visão do Ministério Público a respeito da culpa de Marcos Vagner de Souza, a promotora esclareceu que, legalmente, a pessoa só é considerada culpada após o trânsito em julgado de uma sentença condenatória, ou seja, quando não há mais possibilidade de recurso. Até esse momento, ele é tratado como acusado. “Até a presente data, a visão do Ministério Público, é no sentido de que há provas de que ele está sendo efetivamente acusado pelo crime que cometeu”, declarou a promotora. Ela mencionou que, na etapa processual em que foi proferida a decisão de pronúncia (que envia o réu a julgamento popular), o Ministério Público requereu essa decisão por entender que havia provas suficientes da prática do crime.

Buscas

A investigação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) sobre o desaparecimento de Ísis incluiu 36 oitivas, análise de câmeras de segurança e conversas telefônicas e por mensagens. As apurações indicaram que Marcos Vagner de Souza não aceitava a gravidez de Ísis e buscou formas de interromper a gestação. A polícia concluiu que Marcos assassinou a adolescente e tentou forjar álibis após o crime.
Em novembro de 2024, as buscas por Ísis foram retomadas após a perícia identificar resíduos de um tipo específico de solo no carro de Marcos. Essa evidência permitiu que as autoridades definissem áreas prioritárias de busca entre Tibagi e Telêmaco Borba na tentativa de localizar o corpo da adolescente.

A dor da Família

A ausência do corpo de Ísis tem sido um fator de profundo sofrimento para a família, especialmente para a mãe, Flávia Regina Mizerski, que enfrentou problemas de saúde decorrentes do impacto emocional. A família continua clamando por justiça e por respostas que possam trazer algum conforto diante da perda. O caso de Ísis Victória Mizerski ressalta a importância do combate à violência contra a mulher e à impunidade, permanecendo como um dos casos mais emblemáticos da região.

*Com Sandro Carrilho

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