Tropeiros da Paz cruzam o Sul e Sudeste a cavalo e mantêm viva tradição centenária do tropeirismo

Da Redação*

Castro – Em um tempo em que a velocidade domina os deslocamentos e a tradição tropeira parece relegada ao passado, um grupo de cavaleiros do interior do Paraná insiste em seguir os passos — ou melhor, os cascos — dos antigos tropeiros que ligavam o Sul ao Sudeste do país. A comitiva “Tropeiros da Paz”, oriunda de Rio Azul (PR), está em plena jornada rumo a Aparecida do Norte (SP), em uma travessia que combina fé, cultura e resistência histórica.

Nesta segunda-feira (5), os tropeiros passaram por Castro, município considerado um dos marcos do tropeirismo nos Campos Gerais. Como já se tornou costume em edições anteriores, o grupo fez uma parada estratégica em frente ao Museu do Tropeiro, onde posou para a tradicional fotografia. À noite, acamparam em uma chácara nas imediações do Cavanis, saída para Piraí do Sul, antes de seguir caminho.

Coordenada por Quirino Bucco, a comitiva é formada por Sérgio Kowalski, Lauro Moro e Juliano Soares, com apoio logístico de Ariovaldo Przybysz e Everson Dusanoski. Montados em mulas — fiel à tradição dos tropeiros originais —, eles iniciaram a jornada no começo de maio. A chegada à cidade paulista está prevista para meados deste mês, onde permanecerão por quatro dias, antes de iniciar o trajeto de volta. A expectativa é de que retornem a Rio Azul no dia 28 de junho.

Criado em 2013, o projeto já teve outras edições em 2017, 2023, 2024 e agora em 2025. Durante o percurso, os tropeiros seguem caminhos históricos e fazem paradas em cidades que guardam vínculos com a cultura do tropeirismo, prática que foi responsável por conectar economicamente o Sul do país às regiões centrais e litorâneas nos séculos XVIII e XIX.

A cavalgada, além de reconstituir trajetos históricos, cumpre também um papel simbólico e devocional: muitos dos participantes fazem promessas e pagam votos, em um gesto que alia fé católica à tradição tropeira.

*Com Assessoria