Castro se despede de “Seo” Olivino Sapateiro, símbolo de dedicação e tradição

Ele faleceu aos 89 anos e foi sepultado pela manhã no Cemitério Nossa Senhora do Rosário, na Vila Rio Branco

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Da Redação*

Castro – A cidade se despediu nesta terça-feira (22) de um de seus moradores mais queridos, José Olivino Procópio, conhecido como “Seu” Olivino Sapateiro. Ele faleceu aos 89 anos e foi sepultado pela manhã no Cemitério Nossa Senhora do Rosário, na Vila Rio Branco — bairro onde viveu e trabalhou por décadas.

Proprietário da tradicional Sapataria Olivino, “Seo” Olivino era figura conhecida e respeitada na comunidade, não apenas pela habilidade com o couro e o solado, mas pelo carisma, bom humor e humildade. Seu ofício — a sapataria artesanal — resistiu ao tempo e ao avanço das indústrias, tornando-se quase um ato de resistência cultural.

Em 2024, a jornalista Emanoelle Wisnievski teve a oportunidade de conversar com ele, durante uma visita para consertar um calçado, recomendada por seu pai. O que era para ser um simples reparo virou uma entrevista informal, gravada em vídeo, onde “Seo” Olivino relembra com afeto os caminhos que o levaram à profissão, do trabalho na roça até o aprendizado em uma fábrica de sapatos em Curitiba.

Publicaçao de 2010 enalteceu o trabalho de Seu Olivino

 

A relação de “Seo” Olivino com a imprensa local também foi marcada por carinho. Em maio de 2010, o jornal Página Um publicou reportagem sobre ele. À época com 74 anos, já afirmava que não pensava em se aposentar: “Me sinto bem aqui, não me canso da sapataria”, dizia. Treze anos depois, a fala se repetiria à jornalista Emanoelle — aos 88 anos, ele continuava ativo e orgulhoso do que fazia, com o alvará da sapataria recém-renovado. A reportagem de 2010, inclusive, permanecia emoldurada e exposta na loja, como um testemunho de sua trajetória e da importância do ofício.

Com sua partida, Castro perde mais do que um sapateiro. Perde uma referência de simplicidade, trabalho e amor pelo que se faz. “Ele gostava de conversar, era muito simpático. Me interessei pela história, quando postei, não imaginava que tanta gente iria comentar. Vi que era muito conhecido e querido pelo povo. Então voltei e mostrei a ele as mensagens que as pessoas escreveram. Ele ficou muito feliz e até emocionado”, relembra Emanoelle.

Ela destaca que outro ponto que chamava a atenção era o preço que ele cobrava pelos serviços prestados. “Ele dizia que não cobrava caro, cobrava o justo. Depois soube que ele fazia botas, arreios, selaria de cavalos antigamente. Era um artesão de mão cheia”, conta.

Aos familiares e amigos, os sentimentos de pesar da equipe do Página Um News.

*Com informações de Emanoelle Wisnievski

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