Polícia conclui inquérito e indicia ex-funcionário por golpe de R$ 4 milhões em loja de pneus
Da redação*
Ponta Grossa – A Polícia Civil concluiu inquérito que investigava um esquema sofisticado de fraude contra uma empresa de pneus do grupo Pirelli. Um ex-funcionário, de 37 anos, foi indiciado pelo crime de estelionato, praticado de forma continuada, causando um prejuízo superior a R$ 4,1 milhões.
De acordo com as investigações, o suspeito atuava como vendedor industrial desde 2011 e usou seu conhecimento dos sistemas internos da empresa para arquitetar o golpe. Ele se aproveitou de cerca de 70 clientes com limite de crédito pré-aprovado e simulava vendas em seus nomes. O esquema envolve três etapas: a criação de pedidos fictícios, a emissão de notas fiscais e boletos fraudulentos e, por fim, a alteração dos endereços de entrega junto às transportadoras, desviando os produtos para destinatários ainda não identificados.
Estima-se que mais de 13 mil pneus tenham sido desviados ao longo de 2024. O golpe foi descoberto após funcionários da empresa notarem um crescimento atípico nas vendas do investigado, acompanhado de um alto número de débitos vencidos. Diversos clientes confirmaram que não foram realizadas compras registradas em seus nomes.
Quando questionado pelos clientes sobre as cobranças indevidas, o suspeito alegava tratar-se de um erro sistêmico e prometia resolver a situação. Segundo a polícia, ele utilizou seis transportadoras para executar a fraude, sendo que a principal delas confirmou que o suspeito solicitava mudanças nos endereços de entrega por meio de mensagens no WhatsApp.
Mesmo depois de ter sido demitido por justa causa, em dezembro de 2024, o ex-funcionário continuou tentando contatar clientes da empresa para aplicar o golpe.
O delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo caso, destacou que o inquérito reuniu um robusto conjunto de provas, incluindo documentos, depoimentos e materiais probatórios que comprovam a fraude.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público para análise e possível apresentação de denúncia. A Justiça já deferiu o bloqueio dos valores nas contas do investigado até o montante correspondente ao prejuízo sofrido pela empresa.
*Com Polícia Civil
