EDITORIAL: Herdeiros de um abandono

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Uma das mais duras heranças que uma nova gestão pode receber é a negligência com o bem público. Em Castro, os relatos vindos dos parques de máquinas dos distritos de Socavão e Abapan revelam a extensão desse problema. Equipamentos sucateados, estrutura precária e falta de pessoal compõem um cenário desolador que compromete a manutenção de estradas rurais essenciais à vida e à economia local.
É particularmente preocupante que, em um município com extensa malha viária rural, apenas parte dos equipamentos esteja funcionando. No Socavão, por exemplo, das quatro patrolas existentes, apenas duas estão operacionais. No Abapan, a situação é ainda mais crítica, com um quadro reduzido de funcionários e maquinários insuficientes para atender aos mais de 500 quilômetros de estradas que conectam os bairros do distrito.
Os prejuízos dessa precariedade vão além do desconforto. Estradas em más condições dificultam o transporte escolar, atrasam a colheita e o escoamento da produção agrícola e aumentam os custos logísticos para produtores e moradores. Esses efeitos acabam recaindo sobre toda a população, que arca, direta ou indiretamente, com os custos da ineficiência.
A nova administração já demonstrou compreensão da gravidade do problema ao priorizar a locação emergencial de equipamentos e ao buscar reorganizar os parques de máquinas. Embora essas ações sejam necessárias, elas não podem ser tratadas como soluções definitivas. A dependência de equipamentos alugados é um paliativo que, a longo prazo, onera os cofres públicos sem oferecer a autonomia que um município do porte de Castro necessita.
É imperativo que a gestão atual invista na aquisição de novos equipamentos e na manutenção preventiva dos veículos existentes. Além disso, a formação e contratação de mão de obra qualificada devem ser vistas como prioridade.

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