Pelo menos 17 tiros disparados no caso Guilherme Becher
Da redação
Castro – Na semana que marca um mês da morte de Guilherme Becher, assassinado no dia 20 de novembro pelo vereador e presidente da Câmara Municipal de Castro, Miguel Zahdi Neto, conhecido como Neto Fadel, em um condomínio de chácaras de luxo em Ponta Grossa, a acusação ganhou o reforço do advogado criminalista Fernando Madureira. Ele se uniu ao advogado José Jairo Baluta da Família Becher – que já vinha conduzindo o caso desde o ocorrido, para sustentar que a tese de legítima defesa apresentada pelo acusado é, nas palavras de Madureira, “uma farsa”.
Em entrevista ao Página Um News , Madureira traçou uma narrativa detalhada do que acredita ser a dinâmica dos fatos e refutou os argumentos de defesa apresentados por Neto Fadel. “No dia dos fatos, a vítima estava em sua residência e efetuou disparos contra o chão. Depois disso, o acusado, acompanhado de mais sete pessoas, foi até a casa da vítima, armado, buscando tirar satisfação. Ao chegar ao portão, encontrou a mãe e a esposa da vítima, que impediram a entrada. Nesse momento, começaram as ameaças e provocações: chamaram a vítima de ‘bundão’, ‘seu bosta’ e diziam ‘vocês não sabem com quem estão se metendo’, entre outros insultos”, relatou o advogado.
Segundo Madureira, Guilherme Becher, que inicialmente estava no interior da residência, distante do portão, “se deslocou até o local, sem arma na mão, chegando no local, disparou para o chão, não disparou contra os acusados, não disparou contra a residência do acusado, não disparou contra a criança, disparou para o chão, para espantar os elementos”, detalha. Foi nesse momento, segundo o advogado, que Neto Fadel agiu de forma premeditada. “O acusado já estava com a arma engatilhada e descarregou a pistola com 15 tiros contra a vítima, atingindo ao menos cinco disparos, incluindo enquanto a vítima já estava caída no chão. A mãe da vítima implorava para que ele parasse, mas, mesmo assim, continuou atirando”, descreveu Madureira.
O advogado também rechaçou a versão apresentada por Neto, segundo a qual os disparos de Becher teriam sido direcionados contra sua casa ou contra uma criança que estaria andando de quadriciclo. “Isso é mentira, uma simulação para encobrir um assassinato. A perícia vai comprovar que não houve legítima defesa. Você não pode ir até a casa da pessoa provocar, esperar uma reação e depois descarregar uma arma. Ainda mais com a vítima já caída ao chão”, afirmou.
Andamento do inquérito
Madureira explicou que a investigação está em fase de coleta de laudos periciais e do exame de necropsia. “Se não houver mais diligências, o inquérito será concluído e encaminhado ao Ministério Público para análise, podendo resultar em uma denúncia criminal contra o acusado”, detalhou.
Sobre a possibilidade de prisão preventiva de Neto Fadel, o advogado afirmou que, em regra, o processo deve ser respondido em liberdade, mas ressaltou que “se surgir alguma situação que justifique o decreto de prisão, a medida pode ser aplicada”.
Ainda não há previsão para a conclusão do inquérito, já que os advogados aguardam os laudos técnicos e trabalham com a expectativa de que seja realizada uma reconstituição da cena do crime.
A morte de Guilherme Becher gerou grande repercussão na região, especialmente pelo envolvimento de Neto Fadel, figura pública com histórico político destacado, o que tornou o caso ainda mais emblemático. A expectativa agora recai sobre o trabalho da Justiça e os desdobramentos do inquérito para que o episódio seja esclarecido e as responsabilidades, devidamente apuradas.

Relembre o caso
Neto Fadel, presidente da Câmara Municipal de Castro, após uma discussão efetuou vários disparos de arma de fogo que matou o empresário Guilherme de Quadros Becher, em um condomínio de chácaras de luxo entre Ponta Grossa e Carambeí. Na madrugada do dia seguinte a ocorrência, dia 21 de novembro, Neto foi liberado pela polícia por entender que os tiros “se deram em contexto de legítima defesa”, decidindo por não atuá-lo em flagrante.
Na época, a reportagem do Página Um News apurou que, além dos policiais militares, foram ouvidas apenas pessoas ligadas a Neto Fadel, uma vez que familiares de Guilherme, em estado de choque, ainda não haviam prestado seus depoimentos.
“A Polícia Civil em Ponta Grossa informa que foi instaurado Inquérito Policial visando apurar as circunstâncias da morte de Guilherme de Quadros Becker. As informações iniciais dão conta que a vítima, em um primeiro momento, teria realizado disparos de arma de fogo em direção a residência da família de Miguel Zahdi Neto [Neto Fadel], supostamente por estar incomodado com o barulho do quadriciclo que era utilizado por crianças que estavam se divertindo no local.
Na sequência, após familiares e amigos de Miguel [Neto Fadel] tentarem conter a situação, Guilherme teria sacado duas armas de fogo, uma pistola 380 e um revólver de calibre 38 – apreendidas no local – e efetuado diversos disparos em direção aos presentes.
Neste momento, as testemunhas relataram que, visando repelir a injusta agressão, Miguel [Neto Fadel], que possui autorização de porte de arma de fogo, teria efetuado disparos em direção a Guilherme, que acabou atingido, sendo socorrido com vida pelos presentes, mas entrando em óbito horas depois no Hospital do Coração Bom Jesus.
O vereador Miguel [Neto Fadel] e seus familiares compareceram na unidade policial e prestaram todos os esclarecimentos sobre os fatos. Após ouvir os envolvidos, avaliando a presença de indícios que apontam que os disparos realizados contra Guilherme se deram em contexto de legítima defesa, o Delegado Luís Gustavo Timossi, decidiu não atuar Miguel [Neto Fadel] que acabou sendo liberado”, descreve a nota da Polícia Civil.
Ficha criminal de Neto Fadel
O atual presidente da Câmara Municipal de Castro, Miguel Zahdi Neto – Neto Fadel -, que exerceu o cargo de prefeito de Castro pelo período de seis meses em 2024, acumula dois graves problemas com a Justiça, entre os 47 processos judiciais na sua ficha corrida. Em fevereiro de 2010, Neto Fadel foi preso em Ponta Grossa, por porte ilegal de arma de fogo e munição. Em 2017, Neto atacou outro homem, um advogado, com dois golpes no rosto e foi condenado por agressão. Mesmo com sua ficha policial, Neto foi eleito vereador, presidente de Câmara Municipal e prefeito em exercício de Castro.
Prisão em 2010
A prisão de Neto Fadel aconteceu em 10 de fevereiro de 2010, em Ponta Grossa. De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, número 113.339, Neto Fadel foi preso em flagrante por disparo de arma de fogo, posse e porte ilegal de arma e munição de uso restrito. Segundo o B.O, o policial que prendeu Neto ouviu um disparo de arma de fogo. Imediatamente, o policial foi para a rua e fez a abordagem de Neto Fadel em um Toyota Corolla, na rua Tiradentes. No carro, além de Neto, uma segunda pessoa. Dentro do veículo, a Polícia também encontrou uma pistola 9 mm e munição.
A redação do Página Um News teve acesso às informações do prontuário 225.362, do Sistema de Investigações Policiais. Neto Fadel foi preso a 1h45 da madrugada. Depois, foi levado para a 43ª Delegacia Regional de Castro. Ele ficou preso na Cela X1”. A Lei federal 10.826/2003, prevê no artigo 16 que possuir, portar e empregar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização, é crime com pena de prisão de três a seis anos, além de multa.
O Página Um News não teve acesso às informações sobre o desfecho do processo e solicitou na ocasião mais informações ao Ministério Público, órgão responsável por oferecer a denúncia à Justiça.
Agressão em bar
Em 2017, Neto Fadel foi condenado por agredir um homem dentro de um bar, em Castro. Neto Fadel foi sentenciado a pagar indenização de aproximadamente R$ 75 mil por danos morais em decorrência das lesões na vítima. As agressões foram gravadas pela câmera de segurança do bar, em um bar no Morro do Cristo. O processo contra o Neto Fadel indicava que o atual presidente da Câmara de Castro atingiu a vítima de forma repentina, enquanto ela estava com o rosto virado. Na sentença, a juíza que julgou o caso em primeira instância afirma que “as imagens são inequívocas em apontar a agressão”. As imagens também mostram que Neto Fadel atingiu a vítima com dois golpes, conforme descreve o documento. No processo, Neto Fadel tentou justificar a agressão, dizendo que agiu em legítima defesa, mas na sentença, a juíza reforçou que as imagens da câmera de segurança demonstraram que em momento algum a vítima ameaçou a integridade física de qualquer pessoa, e rejeitou o argumento.
Pelos danos morais decorrentes da lesão corporal, Neto Fadel foi condenado a pagar, inicialmente, cerca de R$ 15 mil de indenização para a vítima. Neto tentou reverter a decisão, recorrendo ao Tribunal de Justiça do Paraná, porém, a Justiça negou o pedido e aumentou ainda mais a pena.
Ao final, com os juros e custos do processo, a indenização subiu para R$ 75 mil. Neto não pagou a indenização determinada pela Justiça e o valor acabou sendo cobrado do proprietário do bar. A condenação contra Neto Fadel é pública e pode ser acessada por qualquer cidadão pelo número 0007367-66.2017.8.16.0064.Advogado de acusação desmente versão de legítima defesa de Neto Fadel
Da redação
Castro – Na semana que marca um mês da morte de Guilherme Becker, assassinado no dia 20 de novembro pelo vereador e presidente da Câmara Municipal de Castro, Miguel Zahdi Neto, conhecido como Neto Fadel, em um condomínio de chácaras de luxo em Ponta Grossa, a acusação ganhou o reforço do advogado criminalista Fernando Madureira. Ele se uniu ao advogado José Jairo Baluta da Família Becker – que já vinha conduzindo o caso desde o ocorrido, para sustentar que a tese de legítima defesa apresentada pelo acusado é, nas palavras de Madureira, “uma farsa”.
Em entrevista ao Página Um News , Madureira traçou uma narrativa detalhada do que acredita ser a dinâmica dos fatos e refutou os argumentos de defesa apresentados por Neto Fadel. “No dia dos fatos, a vítima estava em sua residência e efetuou disparos contra o chão. Depois disso, o acusado, acompanhado de mais sete pessoas, foi até a casa da vítima, armado, buscando tirar satisfação. Ao chegar ao portão, encontrou a mãe e a esposa da vítima, que impediram a entrada. Nesse momento, começaram as ameaças e provocações: chamaram a vítima de ‘bundão’, ‘seu bosta’ e diziam ‘vocês não sabem com quem estão se metendo’, entre outros insultos”, relatou o advogado.
Segundo Madureira, Guilherme Becker, que inicialmente estava no interior da residência, distante do portão, “se deslocou até o local, sem arma na mão, chegando no local, disparou para o chão, não disparou contra os acusados, não disparou contra a residência do acusado, não disparou contra a criança, disparou para o chão, para espantar os elementos”, detalha. Foi nesse momento, segundo o advogado, que Neto Fadel agiu de forma premeditada. “O acusado já estava com a arma engatilhada e descarregou a pistola com 15 tiros contra a vítima, atingindo ao menos cinco disparos, incluindo enquanto a vítima já estava caída no chão. A mãe da vítima implorava para que ele parasse, mas, mesmo assim, continuou atirando”, descreveu Madureira.
O advogado também rechaçou a versão apresentada por Neto, segundo a qual os disparos de Becker teriam sido direcionados contra sua casa ou contra uma criança que estaria andando de quadriciclo. “Isso é mentira, uma simulação para encobrir um assassinato. A perícia vai comprovar que não houve legítima defesa. Você não pode ir até a casa da pessoa provocar, esperar uma reação e depois descarregar uma arma. Ainda mais com a vítima já caída ao chão”, afirmou.
Andamento do inquérito
Madureira explicou que a investigação está em fase de coleta de laudos periciais e do exame de necropsia. “Se não houver mais diligências, o inquérito será concluído e encaminhado ao Ministério Público para análise, podendo resultar em uma denúncia criminal contra o acusado”, detalhou.
Sobre a possibilidade de prisão preventiva de Neto Fadel, o advogado afirmou que, em regra, o processo deve ser respondido em liberdade, mas ressaltou que “se surgir alguma situação que justifique o decreto de prisão, a medida pode ser aplicada”.
Ainda não há previsão para a conclusão do inquérito, já que os advogados aguardam os laudos técnicos e trabalham com a expectativa de que seja realizada uma reconstituição da cena do crime.
A morte de Guilherme Becker gerou grande repercussão na região, especialmente pelo envolvimento de Neto Fadel, figura pública com histórico político destacado, o que tornou o caso ainda mais emblemático. A expectativa agora recai sobre o trabalho da Justiça e os desdobramentos do inquérito para que o episódio seja esclarecido e as responsabilidades, devidamente apuradas.
Relembre o caso
Neto Fadel, presidente da Câmara Municipal de Castro, após uma discussão efetuou vários disparos de arma de fogo que matou o empresário Guilherme de Quadros Becher, em um condomínio de chácaras de luxo entre Ponta Grossa e Carambeí. Na madrugada do dia seguinte a ocorrência, dia 21 de novembro, Neto foi liberado pela polícia por entender que os tiros “se deram em contexto de legítima defesa”, decidindo por não atuá-lo em flagrante.
Na época, a reportagem do Página Um News apurou que, além dos policiais militares, foram ouvidas apenas pessoas ligadas a Neto Fadel, uma vez que familiares de Guilherme, em estado de choque, ainda não haviam prestado seus depoimentos.
“A Polícia Civil em Ponta Grossa informa que foi instaurado Inquérito Policial visando apurar as circunstâncias da morte de Guilherme de Quadros Becker. As informações iniciais dão conta que a vítima, em um primeiro momento, teria realizado disparos de arma de fogo em direção a residência da família de Miguel Zahdi Neto [Neto Fadel], supostamente por estar incomodado com o barulho do quadriciclo que era utilizado por crianças que estavam se divertindo no local.
Na sequência, após familiares e amigos de Miguel [Neto Fadel] tentarem conter a situação, Guilherme teria sacado duas armas de fogo, uma pistola 380 e um revólver de calibre 38 – apreendidas no local – e efetuado diversos disparos em direção aos presentes.
Neste momento, as testemunhas relataram que, visando repelir a injusta agressão, Miguel [Neto Fadel], que possui autorização de porte de arma de fogo, teria efetuado disparos em direção a Guilherme, que acabou atingido, sendo socorrido com vida pelos presentes, mas entrando em óbito horas depois no Hospital do Coração Bom Jesus.
O vereador Miguel [Neto Fadel] e seus familiares compareceram na unidade policial e prestaram todos os esclarecimentos sobre os fatos. Após ouvir os envolvidos, avaliando a presença de indícios que apontam que os disparos realizados contra Guilherme se deram em contexto de legítima defesa, o Delegado Luís Gustavo Timossi, decidiu não atuar Miguel [Neto Fadel] que acabou sendo liberado”, descreve a nota da Polícia Civil.
Ficha criminal de Neto Fadel
O atual presidente da Câmara Municipal de Castro, Miguel Zahdi Neto – Neto Fadel -, que exerceu o cargo de prefeito de Castro pelo período de seis meses em 2024, acumula dois graves problemas com a Justiça, entre os 47 processos judiciais na sua ficha corrida. Em fevereiro de 2010, Neto Fadel foi preso em Ponta Grossa, por porte ilegal de arma de fogo e munição. Em 2017, Neto atacou outro homem, um advogado, com dois golpes no rosto e foi condenado por agressão. Mesmo com sua ficha policial, Neto foi eleito vereador, presidente de Câmara Municipal e prefeito em exercício de Castro.
Prisão em 2010
A prisão de Neto Fadel aconteceu em 10 de fevereiro de 2010, em Ponta Grossa. De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, número 113.339, Neto Fadel foi preso em flagrante por disparo de arma de fogo, posse e porte ilegal de arma e munição de uso restrito. Segundo o B.O, o policial que prendeu Neto ouviu um disparo de arma de fogo. Imediatamente, o policial foi para a rua e fez a abordagem de Neto Fadel em um Toyota Corolla, na rua Tiradentes. No carro, além de Neto, uma segunda pessoa. Dentro do veículo, a Polícia também encontrou uma pistola 9 mm e munição.
A redação do Página Um News teve acesso às informações do prontuário 225.362, do Sistema de Investigações Policiais. Neto Fadel foi preso a 1h45 da madrugada. Depois, foi levado para a 43ª Delegacia Regional de Castro. Ele ficou preso na Cela X1”. A Lei federal 10.826/2003, prevê no artigo 16 que possuir, portar e empregar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização, é crime com pena de prisão de três a seis anos, além de multa.
O Página Um News não teve acesso às informações sobre o desfecho do processo e solicitou na ocasião mais informações ao Ministério Público, órgão responsável por oferecer a denúncia à Justiça.
Agressão em bar
Em 2017, Neto Fadel foi condenado por agredir um homem dentro de um bar, em Castro. Neto Fadel foi sentenciado a pagar indenização de aproximadamente R$ 75 mil por danos morais em decorrência das lesões na vítima. As agressões foram gravadas pela câmera de segurança do bar, em um bar no Morro do Cristo. O processo contra o Neto Fadel indicava que o atual presidente da Câmara de Castro atingiu a vítima de forma repentina, enquanto ela estava com o rosto virado. Na sentença, a juíza que julgou o caso em primeira instância afirma que “as imagens são inequívocas em apontar a agressão”. As imagens também mostram que Neto Fadel atingiu a vítima com dois golpes, conforme descreve o documento. No processo, Neto Fadel tentou justificar a agressão, dizendo que agiu em legítima defesa, mas na sentença, a juíza reforçou que as imagens da câmera de segurança demonstraram que em momento algum a vítima ameaçou a integridade física de qualquer pessoa, e rejeitou o argumento.
Pelos danos morais decorrentes da lesão corporal, Neto Fadel foi condenado a pagar, inicialmente, cerca de R$ 15 mil de indenização para a vítima. Neto tentou reverter a decisão, recorrendo ao Tribunal de Justiça do Paraná, porém, a Justiça negou o pedido e aumentou ainda mais a pena.
Ao final, com os juros e custos do processo, a indenização subiu para R$ 75 mil. Neto não pagou a indenização determinada pela Justiça e o valor acabou sendo cobrado do proprietário do bar. A condenação contra Neto Fadel é pública e pode ser acessada por qualquer cidadão pelo número 0007367-66.2017.8.16.0064.