EDITORIAL: A DANÇA DAS CADEIRAS

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A recente onda de exonerações na Prefeitura de Castro, oficializada no Boletim Oficial Eletrônico do Município, marca o último capítulo de uma gestão que, ao longo do tempo, gerou tanto apoios fervorosos quanto críticas contumazes. As decisões publicadas no dia 10 deste mês afetam não apenas o primeiro escalão da administração municipal — com a saída de doze secretários e do Procurador-Geral —, mas também um expressivo contingente de cargos comissionados e funções gratificadas.
O que mais chama a atenção nesse movimento é a composição do primeiro escalão, formada majoritariamente por familiares dos dois últimos chefes do Executivo municipal. Tal estrutura é um retrato fiel das críticas às práticas de nepotismo, que infelizmente ainda persistem na política brasileira. Exemplos incluem Emerson Fadel Gobbo, primo do ex-prefeito Moacyr Elias Fadel Junior, e Michelle Nocera Fadel, esposa de Moacyr. A lista segue com sogros, tios e filhos, compondo um quadro que levanta sérias questões sobre a impessoalidade e a competência administrativa.
A prática de nomear familiares para cargos estratégicos pode, à primeira vista, ser justificada por uma questão de confiança e proximidade. No entanto, ela também reforça a percepção de um sistema de governança mais preocupado em consolidar relações pessoais do que em atender às reais necessidades da população.
Outro aspecto que merece reflexão é a extensão das exonerações. Além do alto escalão, a lista também abrange 189 cargos em comissão, nove coordenações pedagógicas e 118 funções especiais. Um número que deverá diminuir consideravelmente. Pelo menos é a promessa.

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