Cinemateca de Curitiba recebe “Dores da Polônia” com exibição de documentários de Ulisses Iarochinski

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*Documentário deverá ser exibido em Castro ainda neste mês

Emerson Teixeira

Curitiba – No dia 11 de setembro, a partir das 19 horas, a Cinemateca de Curitiba será palco do evento comemorativo “Dores da Polônia”, que celebrará a resistência polaca durante a Segunda Guerra Mundial. O cineasta e historiador Ulisses Iarochinski apresentará dois de seus documentários, “Levante de Varsóvia” e “Cemitério sem Tumbas – Auschwitz Birkenau”, em uma noite de reflexão sobre a história da Polônia e os horrores da guerra.

O evento rememora um período dramático da história polaca, com destaque para o ano de 1944, quando o país foi palco de intensos conflitos. Um dos episódios mais marcantes foi o Levante de Varsóvia, iniciado em 1º de agosto daquele ano, em que moradores da capital polonesa resistiram heroicamente contra 40 mil soldados nazistas. A revolta, que se estendeu até outubro, resultou em mais de 166 mil mortos, incluindo 11.500 judeus poloneses. De uma população de 1,7 milhão de habitantes, menos de 6% sobreviveu à devastação da cidade.

“Este é um dos eventos mais significativos da história polonesa, onde pessoas de todas as idades e origens lutaram com bravura pela sua liberdade. Mostrar essa história é um dever”, afirma Iarochinski. O cineasta também recorda a relevância de discutir a ascensão do fascismo na época e seus ecos na atualidade: “O fascismo foi a maior tragédia da humanidade, e hoje, em um momento de avanço da extrema-direita no Brasil e no mundo, é essencial relembrar que esses ideais são criminosos”.

O segundo documentário da noite, “Cemitério sem Tumbas – Auschwitz Birkenau”, produzido em 2005, retrata as cerimônias de 60 anos da libertação dos campos de concentração e extermínio nazistas. O filme aborda os horrores vividos nas cidades polonesas de Oświęcim e Brzezinka, locais que se tornaram símbolo da barbárie nazista. Além disso, o documentário inclui depoimentos impactantes sobre os experimentos conduzidos pelo médico Josef Mengele e a presença de líderes mundiais nas celebrações do fim do Holocausto.

Durante a exibição, serão apresentados também trechos dos poemas “Aos que vão nascer”, do alemão Bertolt Brecht, e “Manifesto 1944”, do polonês Julian Tuwim, ampliando a dimensão poética da memória dos acontecimentos.

Ulisses Iarochinski, que acumula uma vasta experiência como jornalista, historiador e cineasta, tem um currículo extenso com mais de 15 documentários de curta-metragem e cinco de longa-metragem. Seu trabalho é amplamente reconhecido pelo resgate histórico da imigração polaca no Brasil e pela forma como aborda temas históricos de extrema relevância. “Mostrar os horrores da guerra, especialmente para os descendentes de imigrantes poloneses, é minha obrigação”, afirma.

Além da estreia em Curitiba, os documentários serão exibidos nos Campos Gerais, incluindo apresentações no Cineclube de Irati e na Câmara Municipal de Mallet, com outras datas previstas em Telêmaco Borba, São Mateus do Sul e possivelmente Castro.

As exibições e o evento “Dores da Polônia” têm como objetivo conscientizar o público sobre os perigos de ideologias extremistas e a importância da memória histórica. “É crucial nunca esquecermos o que a extrema-direita causou no passado, para que possamos impedir que a tragédia se repita”, conclui Iarochinski.

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