Maior doador do País, Paraná celebra mês de conscientização para doação de órgãos

0 389

AEN

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) celebra o setembro verde: mês de conscientização e incentivo para a doação de órgãos. O Paraná se mantém como o Estado com maior número de doações por milhão de população (pmp) no País, de acordo com relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). De janeiro a março, o Estado registra 41,6 doações pmp, seguido por Rondônia (40,5 pmp), Santa Catarina (39,4 pmp) e Rio de Janeiro (26,9 pmp). A média nacional é de 19,1 pmp.

Ainda segundo a ABTO, o Paraná também possui a menor taxa de recusa familiar no País, de 25% – 53 dentre as 209 entrevistas realizadas no mesmo período. No Brasil, a doação de órgãos e tecidos só é realizada após a autorização familiar.

“Todo esse trabalho de salvar vidas por meio das doações e transplantes de órgãos só é possível graças à solidariedade do povo paranaense que, em meio a um momento de dor com a perda de familiares e entes queridos, decide realizar a doação e possibilitar que mais vidas sejam salvas”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

Os órgãos doados são disponibilizados para pacientes que precisam de transplantes e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

No Paraná, 3,8 mil pessoas aguardam por um transplante, sendo a maioria por transplantes de rim (2.134 pessoas), seguido por córneas (1.420), fígado (245), coração (41), rim/pâncreas (19), pulmão (10) e pâncreas (2).

VIDAS SALVAS 

Michele Canato Costa é filha de um doador. O pai dela faleceu aos 65 anos, em junho deste ano, e a família autorizou a doação de órgãos que ajudou a salvar quatro pessoas.

“A equipe médica entrou em contato conosco e nos apresentou a possibilidade de doação. Naquele momento nós sentimos um conforto muito grande no nosso coração, em saber que nós, como uma família, poderíamos proporcionar ao nosso pai um último ato de caridade, de generosidade e de amor. Com certeza, nós sabemos que o coração dele foi em paz e foi feliz. O momento da doação de órgãos transformou o nosso luto em amor, em carinho, em solidariedade”, afirma.

O pai de dela doou rins, córneas e pele. “Nós temos certeza que esses órgãos que foram doados para as pessoas que estavam necessitando, aquelas pessoas que receberam, que puderam enxergar novamente através das córneas, puderam ter uma nova chance de se restabelecer, nós temos certeza que essas pessoas são muito gratas a ele, aonde ele estiver”, diz Michele.

Ela aconselha que todos sejam doadores de órgãos. “Também aqueles que estiverem decidindo sobre algum familiar, que façam essa opção, porque é um último ato de generosidade e de amor antes de sair aqui da Terra, em poder proporcionar essa alegria e esta vida nova para essas pessoas que estão necessitando”, acrescenta.

Graças a familiares como Michele, que aceitam a doação de órgãos de entes queridos, Maycon Douglas Caetano de Almeida Moreno recebeu um coração em maio deste ano. Ele tem 35 anos e há um ano e meio aguardava por um doador compatível para o transplante.

“A doação de órgãos mudou a minha vida. Após um ano e meio de espera, graças a Deus achei um coração compatível e hoje estou vivo, renovado. Quero dizer para as famílias que doem órgãos, temos que quebrar esse preconceito da doação de órgãos e doar porque a doação salva vidas. Assim como salva a vida de muitos, salvou a minha também”, afirma.

CONSCIENTIZAÇÃO 

Instituído pela Lei federal nº 11.584/2007, 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Durante todo o mês, estados e municípios promovem campanhas dedicadas à conscientização e sensibilização sobre o tema. Além do setembro verde comemorado internacionalmente em homenagem ao doador, a Lei Estadual nº 18.803/2016 instituiu o setembro vermelho como o mês dedicado a ações de esclarecimento e incentivo à doação de órgãos e tecidos no Paraná.

Deixe um comentário
× Fale com o P1 News!