O recente incidente ocorrido em Castro, onde guardas municipais dispararam balas de borracha em uma confusão durante festa comunitária, traz à tona a complexa e delicada questão da violência policial no Brasil. O evento, que deveria ser uma celebração do Dia dos Pais, acabou com três pessoas feridas e uma comunidade abalada, levantando questionamentos sobre os limites do uso da força por parte das autoridades.
De um lado, temos as vítimas, pessoas que foram atingidas por disparos durante uma intervenção que, segundo seus relatos, foi excessiva e mal conduzida. Sueli Castanho, uma das feridas, descreveu a ação da Guarda Municipal como truculenta e desnecessária, especialmente em um contexto onde havia crianças e idosos presentes. A dor e o medo provocados pelos tiros são incontestáveis, e a necessidade de uma investigação rigorosa e imparcial é evidente.
A indignação das vítimas é legítima, especialmente quando consideramos que a função primordial das forças de segurança é proteger a população, não causar danos.
Por outro lado, é importante considerar o ponto de vista das forças de segurança. O comandante da Guarda Civil Municipal, Fábio Zahdi, afirmou que a intervenção foi necessária para dispersar uma multidão que se tornava cada vez mais agressiva. Segundo ele, a decisão de usar munição não letal foi tomada para proteger tanto os agentes quanto os demais presentes no evento. Zahdi também mencionou que a equipe agiu conforme os protocolos, direcionando os tiros da cintura para baixo e a uma distância média.
O debate sobre o uso da força pelas forças de segurança deve ser contínuo, informado por incidentes como o ocorrido em Castro, para que se encontrem soluções que promovam a segurança de todos – agentes e cidadãos. Afinal, em uma sociedade verdadeiramente democrática, a violência, seja ela policial ou civil, não pode ser tolerada.