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O Instituto Água e Terra (IAT) finalizou nesta quinta-feira (20) uma nova ação de queima controlada para a remoção de pinus no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A vegetação é considerada exótica e invasora, o que prejudica o desenvolvimento das espécies nativas. Com o apoio de voluntários e do Corpo de Bombeiros do Paraná, foi feita uma varredura de aproximadamente 6,5 hectares da Unidade de Conservação (UC), o equivalente a sete campos de futebol.
Essa iniciativa é a sequência de outras duas ações de controle da espécie realizadas em junho. No dia 10, por meio de outra queimada controlada, foi feita a limpeza de aproximadamente 1,73 hectare do parque. Já no último domingo (16), nove voluntários fizeram o corte do pinus em três hectares da UC. Assim, neste mês, uma área total de 11,23 hectares de Vila Velha, ou aproximadamente 13 campos de futebol, ficou livre da espécie. Agora, resta apenas fazer um trabalho de manutenção nesses pontos.
Ações de remoção do pinus, seja por meio de queimadas controladas ou pelo corte manual da planta exótica, estão previstas no plano de manejo de Vila Velha e são realizadas de forma regular pelo IAT. As queimadas são feitas apenas durante o inverno, entre maio e agosto, período em que as espécies não estão em período reprodutivo. Já o corte legal das árvores é feito durante todo o ano, seguindo um cronograma pré-estabelecido.
“Em julho, faremos uma terceira ação de queimada no Parque de Vila Velha em uma área de 31 hectares, que será a última do ano dentro da Unidade de Conservação”, destaca o técnico responsável pelo Parque Estadual de Vila Velha dentro do IAT, Juarez Baskoski.
PRIMEIRA ETAPA
A primeira etapa do programa foi finalizada em agosto de 2023, limpando 1.825 hectares, mais da metade dos 3.200 hectares de área da Unidade de Conservação. Somadas às etapas realizadas neste ano, já são 2.560 hectares limpos, totalizando 80% do parque.
A ação de renovação da vegetação segue um programa de controle de espécies exóticas estabelecido pelo Instituto em parceria com a Concessionária Soul, empresa privada que administra o parque. Pelo cronograma, estão previstas ações de queimada coordenadas em segmentos específicos de Vila Velha até 2029, para contribuir para a restauração dos ecossistemas campestres e fortalecer a biodiversidade e a resiliência das áreas naturais abrangidas pela UC.
Para que uma planta seja considerada exótica e invasora como o pinus, ela precisa se criar e se adaptar fora da sua área de distribuição natural e, sem a intervenção humana, ter a capacidade de sobreviver e proliferar, avançando sobre espécies locais e ameaçando habitats naturais. De acordo com o Programa do Estado do Paraná para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo – a primeira em ilhas e Unidades de Conservação.
Além de Vila Velha, o projeto de controle da proliferação de espécies exóticas acontece também em outras quatro UCs: os parques estaduais do Cerrado (entre Jaguariaíva e Sengés), Vale do Codó (Jaguariaíva), Guartelá (Tibagi) e agora na Floresta Estadual Metropolitana, em Piraquara, que formalizou a inclusão neste mês.
PINUS
O pinus é uma espécie de pinheiro da América do Norte, inserido no Brasil há mais de um século para fins ornamentais. Porém, desde 1960, é cultivado em larga escala comercial como matéria-prima em indústrias de madeira, laminados, resina, celulose e papel, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do País.
A dificuldade do controle do pinus se dá pela anatomia das sementes. Elas são leves e possuem um formato que favorece a aerodinâmica para voarem até oito quilômetros de distância da chamada árvore-mãe. Essa dispersão, quando descontrolada, é prejudicial, pois os galhos que caem da árvore, parecidos com um capim, sufocam e impedem a proliferação da vegetação nativa.
PARQUE
Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Estadual, o Parque Estadual Vila Velha tem 3,2 mil hectares e completou 70 anos em 2023. Ele foi criado pela Lei Estadual nº 1.292 (de 12 de outubro de 1953), e pelo Decreto Estadual nº 5.767, de 5 de junho de 2002. Vila Velha é o primeiro parque concedido pelo Governo do Paraná à gestão da iniciativa privada.